Morre Ivair, ídolo da Portuguesa, aos 79 anos
Ex-atacante da Lusa marcou época nos anos 60 e foi tratado por Pelé como "O Príncipe"; ele lutava contra o câncer
Morreu nesta quinta-feira, 15, o ex-atacante Ivair, grande ídolo da Portuguesa, aos 79 anos, em São Paulo. Um dos grandes nomes da história do futebol brasileiro na década de 1960, ele lutava contra um câncer.
Hoje, infelizmente nós da Portuguesa estamos de luto. Perdemos um dos nossos maiores ídolos, o nosso Príncipe, o grande Ivair.
Príncipe, você não morreu, você está eternizado em nossos corações!
Descansa em paz.
À familia e amigos o nosso abraço. pic.twitter.com/MFxJRS2nLZ— Portuguesa ❤️💚 (@Lusa_Oficial) August 15, 2024
A Lusa lamentou a morte do ídolo em suas redes sociais. O corpo de Ivair será velado ainda nesta quinta, a partir das 12h (de Brasília), na Avenida Pacaembu, 1254. O enterro acontece às 17h, no Cemitério da Lapa, na capital paulista.
Quem foi Ivair?
Ivair Ferreira, nascido em Bauru (SP), em 27 de janeiro de 1945, foi um dos grandes nomes do futebol paulista. Ainda aos 18 anos, em 1963, foi apelidado de “O Príncipe” pelo Rei Pelé, após marcar dois gols em uma vitória da Portuguesa sobre o Santos.
Além da Lusa, Ivair jogou pelo Corinthians, Fluminense, América-RJ, Paysandu, América do México, Toronto Metros-Croatia, Toronto Blizard e Georgia Generals. Também chegou a defender a seleção brasileira, mas sem disputar grandes torneios.
Conquistou dois títulos cariocas (1971 e 1973) com o Fluminense e foi vice-campeão paulista pela Lusa em 1964.
Após a aposentadoria, chegou a treinar a categoria de base da Portuguesa. Durante sua experiência no comando dos “garotos” da Lusa, trabalhou com Dener, uma das grandes revelações da história do clube.
Ivair nos arquivos da PLACAR
A maior parte da carreira de Ivair ocorreu antes da criação da revista, em 1970. No entanto, em 1983, PLACAR registrou a expectativa por um possível retorno de Ivair, então com 37 anos, à Lusa, à convite do técnico Candinho. O texto ressaltava que o jogador seguia em forma e esbanjava experiência, ainda que a volta não tenha se concretizado. Confira um trecho da reportagem:
De fato, isso é o que não lhe falta. Logo no início da carreira, seu futebol alegre lhe deu o apelido de Príncipe — Rei era Pelé. Até ser contratado pelo Corinthians, em 1969, muitos clubes — Milan, Santos, Palmeiras, Flamengo, Botafogo — bateram à porta da Portuguesa para levar seu passe. Passou depois pelo Fluminense e jogou dez anos na América do Norte — lá Ivair era The Prince. Só voltou para o Brasil porque a mulher Sônia Maria (são casados há 12 anos e têm um filho, Dênis, de 8) não aguentava mais de saudades daqui.
Seu contrato com o Fall Rivers, de Boston (EUA), vai até outubro do ano que vem. A rescisão dá para se resolver sem muitos problemas”, acredita Ivair. Preparo físico? Ele nunca se descuidou.
“Tenho fôlego para mais dois anos jogando bola”, afirma. Os 4 km corridos diariamente nas ruas próximas à sua confortável casa no bairro paulistano de Santana atestam sua dedicação em manter a forma.
Financeiramente, está tranquilo: se pensa em voltar, é porque deseja sentir-se útil. “Se você não tem mais nenhum objetivo na vida, então é melhor desistir de viver”, filosofa.
Valente, o Príncipe Ivair está disposto a encarar este desafio. Hoje, quando alguém lhe pergunta se vai mesmo vestir de novo a camisa da Portuguesa, o neguinho alarga ainda mais seu costumeiro sorriso e diz, confiante: “É, eu vou topar, sim”.
A aventura do veterano na Lusa, porém, não deu certo. Aposentado, Ivair abriu uma escolinha para crianças, a Academia de Futebol Arte, no bairro paulistano da Freguésia do Ó, com os ex-jogadores Félix, goleiro do trimundial em 1970, e Lima, ídolo do Santos, como sócios.
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