Morre Coutinho, ídolo do Santos e campeão do mundo pelo Brasil em 1962
Principal parceiro de Pelé no Santos, ex-jogador marcou 368 gols pelo clube do litoral paulista
Morreu na noite desta segunda-feira, 11, aos 75 anos, o ex-atacante Coutinho, campeão mundial pela seleção brasileira em 1962 e bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pelo Santos.
A informação foi confirmada pelo Santos, no Twitter. A causa da morte ainda não foi divulgada pela família. Diabético, ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Casa de Saúde, em Santos, em janeiro por causa de uma pneumonia.
Antônio Wilson Vieira Honório nasceu em 11 de junho de 1943 na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo. Iniciou a carreira no XV de Piracicaba e foi para o Santos ainda jovem, com 14 anos, em 1958. Estreou pela seleção brasileira em 1960, antes de completar 16 anos.
Coutinho seria o titular na seleção brasileira que foi campeã da Copa do Mundo de 1962, mas uma contusão o fez perder o lugar para Vavá. Foi um dos principais jogadores do Santos nas conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes de 1962 e 1963. Também foi campeão paulista em 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967 e venceu por cinco vezes a Taça Brasil, de 1961 a 1965, depois reconhecida como Campeonato Brasileiro. Também conquistou quatro edições do Torneio Rio-São Paulo, em 1959, 1963, 1964 e 1966.
No Santos, Coutinho formou o lendário ataque com Dorval, Mengálvio, Pelé e Pepe.
Tinha o apelido de “gênio da pequena área”. Pelé, seu principal parceiro na carreira, dizia que Coutinho, dentro da área, era melhor do que ele. É um dos maiores artilheiros da história do clube do litoral paulista, com 368 gols em 457 jogos.
Por ter tendência a engordar, encerrou a carreira cedo, aos 30 anos, em 1973.
Pelé se pronunciou sobre a morte do seu principal companheiro no futebol. “É uma grande perda. A tabelinha Pelé-Coutinho fez o Brasil ficar mais conhecido no mundo todo. Tenho certeza que um dia faremos tabelinha no céu. Minhas condolências à família”, disse o Rei.
Pepe, também companheiro de Coutinho, citou Alzheimer e problemas estomacais. “Encontrei o Coutinho há pouco tempo, sempre muito feliz. Sabia que não estava bem há um tempo. Tínhamos contato quase diariamente. Tinha problemas de estômago e Alzheimer, mas sempre alegre. Sempre encontrava ele no bar tomando a cervejinha perto da Vila Belmiro. Batíamos papo. Onde ele estava, estava a alegria. Um cara feliz. Vai fazer falta o eterno Coutinho”, afirmou Pepe à Rádio Bandeirantes.
“Hoje, não é só o Santos e o futebol que estão tristes, pois acabo de perder um dos meus melhores amigos dentro e fora de campo, uma pessoa extraordinária como ser humano. Meu coração está de luto por você, Couto. Vai fazer muita falta”, disse Mengálvio.
O atacante Rodrygo, do Santos, também se manifestou e demonstrou solidariedade com a família de Coutinho, além de apontá-lo como uma referência para os garotos do time alvinegro. “Descanse em paz, Coutinho. Que Deus possa confortar os familiares e amigos neste momento tão difícil. Ídolo da história do Santos e do futebol mundial, uma referência para nós mais jovens no clube.”
O pentacampeão Cafu fez questão de registrar seu luto em sua página no Twitter. “Morreu essa lenda do nosso futebol e meu querido amigo Coutinho. Meus sentimentos e orações para a família.”
Alguns clubes demonstraram apoio e deixaram de lado a rivalidade, para lamentar a morte de um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. “Muita força aos familiares, amigos e torcedores santistas. Estamos juntos neste momento tão difícil”, mensagem da conta oficial do Corinthians no Twitter. Guarani, Federação Paulista e Conmebol também se manifestaram.
Em seu site, a CBF relembrou parte da história de Coutinho com a camisa da seleção brasileira e lamentou a sua morte. “A CBF, sua diretoria e seus colaboradores se solidarizam com a família de Antônio Wilson Honório, o Coutinho, neste momento de grande perda para o futebol brasileiro.”
(Com Gazeta Press e Estadão Conteúdo)