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Michael Edwards: o guru das transferências que revolucionou o Liverpool

Diretor esportivo que montou o time supercampeão de Klopp deixará o clube inglês após seis temporadas no cargo

Quando se fala do tremendo salto que o Liverpool deu nas últimas temporadas, passando de um time que brigava para se classificar à Liga dos Campeões para um dos mais temidos da Europa, é comum dar o crédito – corretamente – ao técnico Jürgen Klopp. Mas outro nome além do alemão, muito menos conhecido, também tem grande parcela de responsabilidade nessa transformação: o diretor esportivo Michael Edwards, que deixará o clube ao final desta temporada após seis anos exercendo a função.

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Edwards, 42 anos, chegou ao Liverpool em 2011 como um analista, mas se tornou diretor em 2016 e revolucionou a política de contratações da equipe. Com ele, o time deixou de lado as estrelas e passou a buscar jogadores jovens, que ainda não haviam atingido seu auge, fazendo com que eles evoluíssem dentro da estrutura de Anfield, casando com as características do elenco e com o que Klopp exigia de seus atletas. A única exceção foi o meia Thiago Alcântara, um craque já consolidado, mas comprado do Bayern de Munique por um preço relativamente baixo: 22 milhões de euros.

É difícil apontar qual foi a principal contratação de Edwards, já que ele trouxe praticamente toda a espinha dorsal da equipe atual: Alisson, Van Dijk, Robertson, Fabinho, Mané e Salah, para ficar apenas em alguns nomes. Nenhum desses jogadores estava em um clube de primeira linha na Europa quando chegou, e muitos nem eram tão conhecidos. Hoje, são estrelas de primeira grandeza na elite do futebol mundial, e quase todos valem bem mais do que o Liverpool pagou.

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Além de comprar bem, vender bem também se tornou uma marca de Edwards. Jogadores que já se aproximando dos 30 anos foram vendidos antes que seu desempenho começasse a cair demais, e jovens que não teriam oportunidades no time principal foram usados para fazer dinheiro (veja a tabela completa abaixo).

Mas a venda mais importante de todas foi, sem dúvida, a de Philippe Coutinho ao Barcelona, em janeiro de 2018, por incríveis 135 milhões de euros. O brasileiro era um dos destaques do time, mas a proposta foi irrecusável, e o dinheiro serviu para reforçar setores mais carentes: Alisson chegou da Roma e solucionou a instabilidade no gol, enquanto Fabinho veio do Monaco para se tornar o volante dominante que faltava na equipe.

Philippe Coutinho, pelo Liverpool
Venda de Coutinho para o Barcelona possibilitou contratações cruciais de Alisson e Fabinho –

Não à toa, naquela temporada, 2018/19, o Liverpool faturou a Champions League. Na seguinte, quebrou um jejum de 20 anos e foi campeão inglês, além de conquistar o Mundial de Clubes. Agora, decidirá novamente o título europeu, neste sábado, 28, contra o Real Madrid. Algo impensável cinco anos atrás, quando um quarto lugar na Premier League era a expectativa realista da torcida dos Reds.

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Nem só de acertos viveu Edwards, é claro: o goleiro alemão Loris Karius, comprado do Mainz, custou um título de Champions ao falhar feio duas vezes na final contra o Real Madrid em 2018, enquanto o volante Naby Keïta, terceira contratação mais cara da gestão do diretor, até hoje não correspondeu à altura. Mas os erros são raros.

Entre as maiores “pechinchas” estão as contratações do meia Georginio Wijnaldum e do lateral-esquerdo Andrew Robertson, que vieram de times rebaixados (Newcastle e Hull City, respectivamente), custaram pouco e se tornaram peças fundamentais do time campeão europeu. Os dois acertos mais recentes foram os atacantes Diogo Jota e Luis Díaz, que encaixaram como uma luva no time e são as apostas para, aos poucos, substituir o lendário trio formado por Mané, Firmino e Salah, que já está na casa dos 30 anos. O maior desafio para o Liverpool, agora, pode ser encontrar um sucessor à altura de Michael Edwards.

10 maiores compras da era Edwards (em euros)

1 – Virgil van Dijk (Southampton) – 84,65 milhões em 2017/18
2 – Alisson (Roma) – 62,5 milhões em 2018/19
3 – Naby Keïta (RB Leipzig) – 60 milhões em 2018/19
4 – Luis Díaz (Porto) – 47 milhões em 2021/22
5 – Fabinho (Monaco) – 45 milhões em 2018/19
6 – Diogo Jota (Wolverhampton) – 44,7 milhões em 2020/21
7 – Mohamed Salah (Roma) – 42 milhões em 2017/18
8 – Sadio Mané (Southampton) – 41,2 milhões em 2016/17
9 – Ibrahima Konaté (RB Leipzig) – 40 milhões em 2021/22
10 – Alex Oxlade-Chamberlain (Arsenal) – 38 milhões em 2017/18

10 maiores vendas da era Edwards (em euros)

1 – Philippe Coutinho (Barcelona) – 135 milhões em 2017/18
2 – Christian Benteke (Crystal Palace) – 31,2 milhões em 2016/17
3 – Mamadou Sakho (Crystal Palace) – 28,2 milhões em 2017/18
4 – Danny Ings (Southampton) – 25,1 milhões em 2019/20
5 – Dominic Solanke (Bournemouth) – 21,2 milhões em 2018/19
6 – Jordon Ibe (Bournemouth) – 18 milhões em 2016/17
7 – Joe Allen (Stoke) – 15,5 milhões em 2016/17
8 – Danny Ward (Leicester) – 14 milhões em 2018/19
9 – Harry Wilson (Fulham) – 14 milhões em 2021/22
10 – Dejan Lovren (Zenit) – 12 milhões em 2020/21

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