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Marin deve aguardar julgamento em seu apartamento em Nova York

Idade avançada e natureza do crime podem ajudar brasileiro em acordo de prisão domiciliar. Pelas normas do FBI, ele viajará algemado aos EUA

Um apartamento avaliado em mais de 2 milhões de dólares (cerca de 7,7 milhões de reais pela cotação atual), com vista para a Quinta Avenida em Nova York, deve ser o próximo destino de José Maria Marin. O ex-presidente da CBF, que teve seu pedido de extradição aos Estados Unidos confirmado pela Justiça suíça nesta quarta-feira, pretende permanecer em sua própria residência americana enquanto acompanha seu julgamento. O dirigente de 83 anos está detido desde 27 de maio em uma prisão de Zurique, na Suíça e tem dez dias para desembarcar, algemado, em solo americano – os suíços não revelaram quando isso deve ocorrer.

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Advogado de formação, Marin pretende ser autorizado a ficar em sua própria residência na famosa Trump Tower. O imóvel tem um quarto, sala e cozinha, foi adquirido ainda nos anos 80 e serve de base para a família do ex-cartola todas as vezes que passam pelos Estados Unidos. Marin garantiu a pessoas próximas que usará sua extradição para poder “provar sua inocência” diante dos juízes americanos. Enquanto estava preso na Suíça, o processo não havia sequer começado.

Sua defesa aposta que a Justiça americana lhe dará este direito, inclusive com o pagamento de uma fiança inferior à de Jeffrey Webb, o ex-vice-presidente da Fifa e que deixou 10 milhões de dólares como garantia de que não fugiria de sua residência. A idade avançada de Marin e a natureza de seu suposto crime poderiam amenizar a sua situação e favorecer a um relaxamento de suas condições de prisão. O brasileiro deve passar no máximo 72 horas em uma cadeia de Nova York, tempo necessário para que o acordo seja selado.

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No inquérito do FBI, Marin aparece como responsável por compartilhar propina recebida para a Copa do Brasil, o torneio anual de clubes organizado pela CBF. As suspeitas do FBI são de que Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira teriam ficado com parte do dinheiro, pago por empresários.

Entre aqueles que são apontados como suspeito do pagamento está a Klefer, empresa de Kleber Leite e que teria fechado um acordo com J. Hawilla, dono da Traffic e um dos delatores do escândalo, para pagar cada um 50% da propina aos dirigentes da CBF. O pagamento vinha ainda dos anos de Teixeira e, quando Marin entrou na presidência da entidade, os valores tiveram de ser reajustados para atender aos três dirigentes.

Marin será transferido para os Estados Unidos entre esta sexta e segunda-feira. Um oficial da polícia americana irá à Suíça especialmente para buscá-lo. Ele viajará algemado, em voo comercial, provavelmente em classe econômica. A obrigatoriedade do uso de algemas em Marin nada tem a ver com a periculosidade do preso. Faz parte das normas americanas, que determina que pessoas que são extraditadas e viajam junto com agentes do FBI têm de ser algemados por estarem sob custódia.

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(com Estadão Conteúdo)

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