Publicidade
Publicidade

Marin aceitou extradição aos EUA a contragosto

Ex-presidente da CBF ainda mantinha o sonho de retornar ao Brasil, mas foi convencido por advogados de que o melhor era buscar acordo em Nova York

José Maria Marin só aceitou ser extraditado aos Estados Unidos após fechar acordo com a Justiça americana. Fontes próximas ao processo na Suíça revelaram que não houve mudança de posicionamento do ex-presidente da CBF, que desde o início apostava que conseguiria voltar ao Brasil. No fim, pesou a influência de advogados e um acordo costurado durante meses. O dirigente de 83 anos está detido desde 27 de maio em uma prisão de Zurique, acusado de ter recebido pelo menos 3 milhões de dólares de subornos em contratos da CBF.

Publicidade

A negociação com o governo americano atrasou a definição do caso do brasileiro, último dos sete cartolas presos a ser extraditado. Seus advogados abriram conversas com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para garantir que Marin receberia certos privilégios caso aceitasse a extradição. O ex-presidente da CBF continuará a se declarar inocente e o processo vai seguir seu trâmite durante 2016, mas ele aceita “colaborar com a investigação” e colocar uma parte significativa de seus bens nas mãos da Justiça. Isso vai incluir até mesmo uma garantia assinada por sua mulher.

Leia também:

Marin deve aguardar julgamento em seu apartamento em Nova York

Suíça alega que Marin repartiu propina com outros dirigentes

Continua após a publicidade

Del Nero desconversa, mas diz que vai permanecer em cargo na Fifa

Pelo acordo, ele não teria de delatar ninguém por enquanto. No entanto, a Justiça dos Estados Unidos voltará a propor a delação premiada a Marin, assim como fez com o empresário brasileiro J. Hawilla – dono da Traffic que admitiu sua culpa e entregou o nome de diversos comparsas, incluindo o do próprio Marin. Um dos próximos focos dos americanos é traçar o envolvimento do empresário Kleber Leite, dono da Klefer, e do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero e do antecessor de Marin, Ricardo Teixeira, nos contratos ilegais da entidade.

Publicidade

Ao chegar aos Estados Unidos, Marin ficará no máximo 72 horas em uma prisão e já será levado para seu apartamento em Nova York. O prazo é apenas para garantir que o depósito seja feito em uma conta da Justiça, além de trâmites burocráticos. O brasileiro, porém, poderá acompanhar seu julgamento de seu flat com vista para a 5ª Avenida, com um quarto, sala e cozinha.

Marin não conseguiu negar aos advogados suíços que os fatos apontados contra ele no indiciamento são falsos. Em um primeiro encontro na prisão, no início de junho, o brasileiro se dizia inconformado com as acusações e o fato de estar preso. Mas, na reunião seguinte, ao ser confrontado com o ato de acusação, mudou radicalmente de tom. Sua frustração teria sido com o comportamento de J. Hawilla, o empresário que o gravou em uma conversa pedindo propinas para a Copa do Brasil.

(com Estadão Conteúdo)

Continua após a publicidade

Publicidade