Mais brasileiros e estreia do VAR: as novidades da Premier League
A nova temporada do Campeonato Inglês começa nesta sexta-feira com a partida entre Liverpool e Norwich
A espera de três meses terminou. A Premier League, a mais rica e próspera liga nacional do mundo, está de volta a partir desta sexta-feira, 9. E chega com uma novidade interessante: a temporada 2019/2020 do Campeonato Inglês será a primeira a utilizar o VAR, o árbitro de vídeo – entre os principais torneios da Europa, foi o último a adotar a tecnologia.
Esta edição também deve ser marcante para o público brasileiro. Nunca houve tantos jogadores nascidos no Brasil em gramados britânicos: serão 22 atletas na primeira divisão. Entre os novos contratados, os atacantes Wesley e Joelinton foram as transferências mais caras das histórias de Aston Villa e Newcastle, respectivamente.
O pontapé inicial do Campeonato Inglês será dado pelo atual vice-campeão da competição, o Liverpool, ao receber a equipe do Norwich no Estádio Anfield. A partida será transmitida pela ESPN Brasil, às 16h. Porém, o canal por assinatura não terá mais a exclusividade do torneio. Ao longo dos próximos tópicos, VEJA apresenta os destaques da disputa:
Campeonato Inglês: como assistir
O Campeonato Inglês, uma exclusividade do canal por assinatura ESPN na temporada passada, será transmitido em mais uma frequência. A emissora do grupo Disney assinou um contrato de sublicenciamento dos direitos com a plataforma de streaming DAZN (pronuncia-se igual a expressão em inglês “The Zone”: O Lugar, em tradução livre). O serviço digital poderá transmitir dois jogos em caráter exclusivo por rodada: Burnley x Southampton e Newcastle x Arsenal serão os jogos da DAZN na abertura do campeonato.
O favorito: Manchester City
O time comandado pelo espanhol Pep Guardiola venceu as quatro taças em disputa na Inglaterra na última temporada (Campeonato Inglês, Copa da Liga Inglesa, Copa da Inglaterra e Supercopa da Inglaterra). É o atual bicampeão da Premier League com as duas melhores campanhas da história (acumulou incríveis 100 pontos em 2017/2018 e somou outros 98 em 2018/2019). O Manchester City manteve os principais destaques e ainda contratou dois jogadores que podem ajudar a equipe a manter o nível de excelência: o meio-campista espanhol Rodri veio do Atletico de Madrid, enquanto o lateral-direito português João Cancelo chegou na última quarta-feira, em negociação que envolveu a ida do brasileiro Danilo para a Juventus.
O desafiante: Liverpool
O Liverpool conquistou 97 dos 114 pontos possíveis no último campeonato. A campanha só não pode ser considerada perfeita porque terminou com o vice-campeonato, um mísero ponto atrás do Manchester City. Sem nenhuma grande contratação para realizar o sonho de ganhar a Premier League pela primeira vez – o clube é o segundo maior campeão inglês, mas nunca venceu o torneio na atual configuração, em vigor desde 1992 –, o time aposta novamente na capacidade do técnico. O futebol vistoso e ofensivo do alemão Jürgen Klopp rendeu o título da Liga dos Campeões em junho. A torcida espera que a força do conjunto ajude na briga pelo título inédito.
O “azarão”: Tottenham
O time de Londres foi uma das surpresas da última temporada europeia após chegar à final da Liga dos Campeões – acabou derrotado por 2 a 0 pelo Liverpool. O técnico argentino Mauricio Pochettino não havia contratado nenhum jogador para a temporada passada, algo incomum em uma era de movimentações milionárias no mercado de transferências. Para o campeonato que se inicia, o Tottenham manteve a base do time quarto colocado da Premier League passada e se reforçou com um dos jogadores mais cobiçados da janela: o meio-campista francês Tanguy Ndombélé deixou o Lyon por 60 milhões de euros (cerca de 260 milhões de reais). O meia argentino Giovani Lo Celso, que atuava pelo Bétis, da Espanha, é outro reforço importante.
A novidade: Frank Lampard, treinador do Chelsea
O craque belga Eden Hazard foi para o Real Madrid. Maurizio Sarri, técnico italiano, se cansou de bater boca com a diretoria e elenco e rumou-se para a Juventus. Para completar o martírio do Chelsea, o clube recebeu uma punição da Fifa por aliciamento de jogadores e não pôde fazer contratações na última janela de transferências – o único reforço é o atacante americano Christian Pulisic, contratado no início do ano junto ao Borussia Dortmund e emprestado novamente aos alemães por mais seis meses. Onde está a novidade do Chelsea então? No banco de reservas. O ídolo Frank Lampard está de volta à equipe de Londres, agora como treinador. Resta saber se o ex-camisa 8 dos Blues terá tempo e tranquilidade para trabalhar com os jovens e promover as mudanças que o Chelsea necessita para continuar brigando na parte de cima da tabela.
As incertezas: Arsenal e Manchester United
Os dois grandes times restantes do chamado “Big Six” são as maiores incógnitas desta temporada. Essa dupla ficou fora do G4 na última temporada e terá que jogar a Liga Europa, espécie de “Série B” continental. Para voltar aos dias de glória, os dois investiram pesado no mercado. O Manchester United pagou 87 milhões de euros (algo como 386 milhões de reais) no zagueiro inglês Harry Maguire, o defensor mais caro da história (em compensação, perdeu o atacante Romelu Lukaku para a Internazionale de Milão no último dia da janela e não trouxe ninguém para o lugar). Já o Arsenal buscou no Lille o ponta direito franco-marfinense Nicolas Pépé, autor de 22 gols no Campeonato Francês, ficando atrás apenas de Kylian Mbappé na lista de artilheiros do torneio. A transação custou 80 milhões de euros (cerca de 355 milhões de reais) aos cofres dos londrinos. Aos 45 do segundo tempo da janela de transferência, o brasileiro David Luiz, que atuava pelo Chelsea, decidiu se juntar aos Gunners, acirrando a rivalidade local.
Os novos brasileiros
Alisson, Roberto Firmino, Richarlison, Gabriel Jesus e outros 14 brasileiros que disputaram a Premier League passada continuam na Inglaterra – a única baixa será Danilo, que trocou o Manchester City pela Juventus. Eles terão a companhia de quatro novos conterrâneos para a temporada 2019/2020. Destaque para o volante Douglas Luiz, ex-Vasco, que era jogador do City, mas ficou dois anos emprestado ao Girona, da Espanha, porque não havia conseguido a licença de trabalho. Fechou com o Aston Villa por 16,8 milhões de euros (74 milhões de reais) e conseguiu a liberação. O atacante Wesley é outro brasileiro contratado pela equipe e foi a negociação mais cara da história do clube: 25 milhões de euros (111 milhões de reais). Joelinton, ex-Sport, é outro recordista, pelo Newcastle. Foi contratado do Hoffenheim por 44 milhões de euros (195 milhões de reais). A última novidade é o meia Gabriel Martinelli, que deixou o Ituano após anotar seis gols no Paulistão 2019 e é novo jogador do Arsenal. O clube também terá um brasileiro em lugar de destaque fora dos gramados. Edu Gaspar deixou o cargo de coordenador de seleções da CBF para se tornar o novo diretor técnico da equipe londrina. O cargo não existia e foi criado para o dirigente, que foi jogador do Arsenal entre 2001 e 2005, em um dos períodos mais gloriosos da história do time.