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Lusa se defende de ‘boatos’, mas cobra seu ex-presidente

Clube diz que não irá se pronunciar até o fim das investigações, mas já afirma que Manuel da Lupa não tem colaborado durante apuração do caso Héverton

A Portuguesa se pronunciou oficialmente nesta quarta-feira sobre as últimas acusações do Ministério Público apontando que dirigentes do clube receberam compensações financeiras para escalar, de forma irregular e premeditada, o meia Héverton na última rodada do Brasileirão do ano passado, em episódio que culminou com o rebaixamento do clube à Série B. Por meio de um comunicado, o clube paulista pediu “cautela” à imprensa e afirmou que não irá comentar sobre as denúncias feitas pelo promotor Roberto Senise ao diário O Estado de S. Paulo desta quarta até que o caso seja completamente esclarecido. O comunicado lembra que os depoimentos do ex-presidente Manuel da Lupa serão fundamentais para a elucidação do caso – e afirma que o dirigente não vem colaborando com as investigações. A Lusa ainda classifica como “boatos” e “sensacionalistas” as últimas notícias relacionadas ao assunto.

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O clube informou que Manuel da Lupa conseguiu liminar na Justiça para impedir que um conselho interno do clube discuta o assunto e também se recusou a comparecer às reuniões. “A Comissão de Ética do Conselho Deliberativo da Associação Portuguesa de Desportos espera ouvir o depoimento do ex-presidente Dr. Manuel da Conceição Ferreira (Manuel da Lupa) nos próximos dias, que é a última pessoa a ser ouvida pelo comitê. A morosidade no processo é devido à falta de colaboração e incontáveis justificativas do ex-presidente para não comparecer ao seu depoimento”, informa o comunicado. Nesta semana, o presidente do Conselho Deliberativo já havia apontado o ex-presidente da Lusa como principal suspeito no caso. “Ao que tudo indica, o resultado mostrará um erro administrativo e vamos responsabilizá-lo civil e criminalmente. Um processo de no mínimo 30 milhões de reais”, revelou Marco Antonio Teixeira, líder do Conselho.

O atual presidente do clube, Ilídio Lico, concedeu entrevista ao portal Yahoo!, e também falou sobre a participação de Manuel da Lupa. “Não dá para falar muito, porque eu não tenho como provar e ainda vou acabar processado, mas sabemos da participação do departamento jurídico, e agora estamos tentando eliminar o Manuel da Lupa.” Com a irregularidade na escalação de Héverton, a Portuguesa foi punida com a perda de quatro pontos e foi rebaixada para a Série B – semana passada, faltando cinco rodadas para o fim do torneio, o clube caiu novamente, agora para a Série C.

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Suspeitos – De acordo com a reportagem do Estadão, Flamengo e Fluminense seriam os principais suspeitos de ter “comprado” a escalação irregular de Héverton. Os clubes cariocas também se manifestaram sobre o caso nesta quarta e negaram as acusações. “O Flamengo é absolutamente a favor que a investigação seja concluída e que os culpados, se houver, sejam devidamente punidos. O Flamengo repudia qualquer acusação de envolvimento no caso e, por causa disso, quer que a investigação seja levada até o fim. Nos colocamos à disposição para ajudar no caso”, afirmou Flávio Willeman, vice jurídico do Flamengo. O clube da Gávea poderá abrir ao MP os sigilos bancário e telefônico para provar a inocência no caso. O Flamengo também foi punido na última rodada da Série de 2013, por escalar André Santos no jogo diante do Cruzeiro. A punição da Portuguesa por escalar Hérverton contra o Grêmio rebaixou o clube paulista e colocou o Flamengo na 16ª posição, escapando do Z-4.

O Fluminense, que também só escapou do rebaixamento graças às punições de Flamengo e Lusa, diz ser uma das vítimas neste caso. “Ajudaria muito a esclarecer o caso e acabaria de uma vez por todas com a situação criada em que um dos maiores prejudicados foi o Fluminense. Passou por um período gravíssimo de ataques em redes sociais, internet e alguns jornalistas que faltaram com a verdade. O Fluminense na rodada anterior se colocou numa posição em que necessitava de uma combinação de resultados. Era impossível fazer um acordo com vários clubes ao mesmo tempo”, afirmou o presidente do clube, Peter Siemsen, à rádio CBN. Ele ainda rejeitou com veemência a hipótese de que a patrocinadora do clube, a Unimed, pudesse ter qualquer tipo de participação no assunto. “Se você visse o estado do Celso (Barros, presidente da Unimed) depois do rebaixamento ia ficar impressionado. Foi de um abatimento que tivemos dificuldade em falar com ele. Ficou mais abatido do que eu.”

Héverton, da Portuguesa, em jogo contra o Corinthians no Pacaembu
Héverton, da Portuguesa, em jogo contra o Corinthians no Pacaembu VEJA

(Com agência Gazeta Press)

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