Kroos recusou jogo de despedida: ‘Não gosto de ser centro das atenções’
Meia do Real Madrid se aposentou da seleção alemã aos 31 anos e abriu mão de receber honrarias em goleada por 9 a 0 nas Eliminatórias
Toni Kroos causou surpresa ao anunciar em setembro, aos 31 anos, que não voltaria a vestir a camisa da seleção da Alemanha. O meio-campista do Real Madrid disse que a decisão já estava tomada antes do início da Eurocopa, da qual sua equipe foi eliminada nas oitavas de final pela Inglaterra. Com 106 jogos disputados e o título da Copa do Mundo de 2014 no Brasil no currículo, Kroos poderia ter recebido um jogo de despedida digno de lenda do futebol germânico, mas, segundo revelou nesta semana, recusou a honraria.
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A federação alemão sugeriu que Kroos se despedisse da seleção, já classificada para a Copa de 2022, no duelo contra Liechtenstein, no último dia 11, pela penúltima rodada das Eliminatórias, em Wolfsburg. Ele receberia as homenagens junto com o treinador Joachim Löw, que também deixou a Mannschaft após a Euro. Mas ao contrário de colegas recentes como Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski, Kroos abriu mão da festa.
“Não sou alguém que gosta de ser o centro das atenções. Quando Jogi (Löw) se despede, é a noite dele em Wolfsburg. Eu não es animado para ir lá e pegar um buquê de flores, por mais que fosse bacana”, afirmou Kroos, no podcast que mantém com seu irmão Felix. “Um grande jogo de despedida teria que ser para cada um. Mas vamos deixar isso para lá. Todos me conhecem bem o suficiente”. A Alemanha venceu a partida por 9 a 0.
Ao contrário de outros ex-colegas como Lukas Podolski, Miroslav Klose, Mats Hummels, Jérôme Boateng, Benedikt Höwedes, Per Mertesacker, Kroos preferiu não viajar a Wolfsburg para aplaudir Löw. “Seria muito corrido ir para a Alemanha e depois voltar para a Espanha, para treinar na sexta pela manhã. Valorizo muito o trabalho de Jogi. Costumo pensar em mim nessas situações, mas nosso relacionamento é muito bom.”
Em setembro, Kroos explicou o que o levou a se despedir da seleção após 11 anos, mesmo sendo ainda relativamente jovem e estando em altíssimo nível pelo Real Madrid. “Joguei pela Alemanha 106 vezes. Não haverá uma outra. Eu gostaria muito, e dei tudo de novo, que houvesse 109 partidas no final e que este grande título, a Eurocopa, tivesse sido adicionada. Eu havia tomado a decisão de desistir após este torneio por um longo tempo. Há muito tempo estava claro para mim que eu não estaria disponível para a Copa do Mundo de 2022 no Catar. Principalmente porque quero me concentrar totalmente nos meus objetivos com o Real Madrid nos próximos anos. Além disso, a partir de agora vou permitir-me deliberadamente uma quebra que não existia como jogador nacional há onze anos”, iniciou Kroos em seu discurso nas redes sociais.
“Além disso, como marido e pai, quero estar ao lado de minha esposa e três filhos. Foi uma grande honra para mim poder usar esta camisa por tanto tempo. Fiz isso com orgulho e paixão. Obrigado a todos os fãs e apoiadores que me carregaram e apoiaram com seus aplausos e gritos. E obrigado a todos os críticos por sua motivação extra. No final, gostaria de agradecer muito a Jogi Löw. Ele me tornou um jogador nacional e campeão mundial. Ele confiou em mim. Há muito tempo que escrevemos uma história de sucesso. Foi uma honra para mim estar bem – e boa sorte e sucesso para Hansi Flick”, completou o meia.
Kroos disputou as Copas do Mundo de 2010, 2014 e 2018 pela Alemanha e foi um dos destaques da conquista em terras brasileiras, há sete anos. Ele marcou dois gols na histórica goleada por 7 a 1 sobre o Brasil, na semifinal, no Mineirão. Ele acumula ainda cinco Ligas dos Campeões (uma pelo Bayern de Munique e quatro pelo Real Madrid).