Jorginho: ‘Minha ligação com Palmeiras é ter sido reprovado numa peneira’
Destaque do Chelsea, volante sonhou em jogar pelo Verdão. Agora, a rejeição serve de motivação na final do Mundial
ABU DHABI – Aos 12 anos de idade, o garoto Jorge Luiz Frello Filho, o Jorginho, adorava futebol. Apesar de descendente de italianos, vibrava com o São Paulo, naqueles tempos comandado pelo talento de Kaká, Rogério Ceni, Júlio Baptista e Luís Fabiano. Talentoso, em busca do sonho de se tornar um jogador profissional, encarou os 763 quilômetros entre São Paulo e Imbituba, sua cidade no sul de Santa Catarina, para encarar uma peneira no Palmeiras.
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“Esta é a ligação que eu tenho com o Palmeiras: uma reprovação em um teste no clube na minha infância”, disse o meio-campista do Chelsea nesta sexta-feira, 11, durante a entrevista coletiva após ser questionado pela reportagem da PLACAR sobre qual era a proximidade com o rival brasileiro.
“E aqui estamos hoje, 18 anos depois daquele dia, comigo competindo contra o Palmeiras em uma final do Mundial de Clubes. É irônico, e também por isso o futebol é lindo”, acrescentou.
Segundo Jorginho, além do clima natural da final, com o Chelsea em busca de um inédito título mundial, as lembranças do dia em que o Palmeiras não o quis certamente ajudarão a criar uma dose extra de motivação. “Talvez tenha sido um bem para a minha carreira”, completou.
Alguns meses depois, aos 15 anos, aproveitando a nacionalidade italiana, ele foi viver na Itália. Entrou nas categorias de base do Verona, onde, dessa vez, seu talento foi reconhecido. Tornou-se profissional e fez uma carreira meteórica: emprestado ao Sambonifacese, em 2010, para ganhar experiência na Série C2 italiana, tornou-se depois ídolo do Verona, onde ajudou o time a subir para a Série A.
Logo foi chamado para a seleção italiana sub-21; em 2012, vendido para o Napoli e convocado para a seleção principal. Ganhou títulos, fama internacional e atraiu a atenção do Chelsea. Os ingleses toparam pagar 50 milhões de libras por ele. A cada temporada, seu talento brilhou mais. Tornou-se um dos destaques do time inglês a da seleção da Itália, campeã da Euro 2021.
Apesar de desperdiçar uma cobrança na disputa por pênaltis contra a Inglaterra na final, foi um dos trunfos para a “Azzurra” levantar uma taça que não erguia havia 53 anos e para o Chelsea sagrar-se bicampeão europeu, em cima do favorito Manchester City. Nos times em que atua, ele é o motor: capaz de brilhar nas roubadas de bola e armar mortais contra-ataques com seus passes incisivos. Não por acaso, foi o jogador do ano da Uefa e um dos finalistas da Bola de Ouro, o prestigioso troféu da revista France Football, logo atrás de Robert Lewandowski e Lionel Messi.
Mais do que dormir em glórias passadas, porém, Jorginho quer saber de novas conquistas. “Eu quero dar ao Chelsea um troféu importante, que nosso clube ainda não tem. Para chegar lá, eu estou incentivando meus companheiros, trabalhando duro, e busco motivação para dar o melhor que posso. Certamente, a recordação do dia em que fui reprovado na peneira do Palmeiras e o quanto este título significa para mim, para meus companheiros e para a história do Chelsea serviram para eu trabalhar mais e entrar muito focado nesta final”.
A bola rola para Chelsea x Palmeiras a partir das 13h30 (de Brasília) deste sábado, 12.