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Jogos de Tóquio ainda estão mantidos, mas sob rígidos protocolos

Para alívio de atletas e patrocinadores, mas temor das autoridades sanitárias

Mesmo que os envolvidos evitem reconhecer publicamente, paira no ar o temor de que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, já adiados em um ano, sejam oficialmente cancelados em razão da pandemia do novo coronavírus. A própria população local revelou em recorrentes pesquisas a intenção de abrir mão do evento em nome da segurança sanitária. As recentes sinalizações das autoridades esportivas e do governo do Japão, porém, indicam que o evento será mantido, com abertura marcada para 23 de julho, custe o que custar. A maior dúvida diz respeito à presença de público. Uma reunião na próxima semana definirá se espectadores estrangeiros poderão entrar no país para vibrar com os cerca de 15 000 atletas classificados. A tendência é que não, devido às variantes mais contagiosas da Covid-19 registradas em outros países, inclusive no Brasil. Uma coisa é certa: será uma Olimpíada atípica, sem a tradicional farra na Vila dos Atletas, nem aglomerações de turistas.

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Olimpíadas 2021

Um gestor próximo ao Comitê Organizador disse a VEJA o que esperar da Olimpíada. “Sem público, ou com pouquíssimas pessoas nas arquibancadas, isoladas e com máscaras”, afirmou. “Evidentemente isso vai tirar parte da graça, mas é preciso entender que se trata de um evento de televisão, e nesse aspecto pouca coisa será afetada.” A vacinação não será condição obrigatória, mas é recomendada — e poderá ser bancada pelo COI. A organização anunciou uma parceria com o governo chinês para fornecer a imunização às delegações. O gesto nobre tem motivações políticas, pois ajuda a limpar a barra da China, sede da Olimpíada de Inverno de Pequim de 2022, chamada de “Jogos Genocidas” por ativistas críticos aos conflitos em Hong Kong e no Tibete.

Arte jogos olímpicos

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) reforçou sua intenção de “respeitar o plano nacional de vacinação”. A entidade vem se esforçando para que as medidas restritivas não atrapalhem a preparação de seus atletas. A judoca Mayra Aguiar, por exemplo, deixou Porto Alegre para treinar na sede do COB, no Rio. Outros atletas estão na Europa. “É a operação logística mais complexa da história. O ponto não é mais se vai ter, mas, sim, como serão realizados os Jogos”, afirmou Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB. Atletas e patrocinadores, portanto, respiram aliviados. O custo oficial dos Jogos, segundo a organização, chegou a mais de 85 bilhões de reais, com um acréscimo de 20% no orçamento devido ao adiamento. O cancelamento, o quarto da história (as edições de 1916, 1940, 1944 não ocorreram por causa das Guerras Mundiais), causaria incalculáveis prejuízos, além da frustração dos esportistas que lutaram anos pelo sonho dourado. Como ocorreu na NBA e em outras bolhas bilionárias, o dinheiro sempre manda. Mas o martelo definitivo só deve mesmo ser batido em abril.

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Publicado em VEJA de 24 de março de 2021, edição nº 2730

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