Publicidade
Publicidade

Jogo do Brasil contra Egito, em 2011, também é investigado em casos de corrupção

Organizadores da Copa do Mundo do Catar teriam usado a partida em Doha para quitar dívidas com Ricardo Teixeira e o chefe da federação egípcia

Mais um amistoso realizado pela seleção brasileira é suspeito de ter sido usado como mecanismo para pagar propinas em troca de votos para o Catar na escolha da sede da Copa do Mundo de 2022. Segundo o diário O Estado de S.Paulo, o novo foco dos investigadores americanos e suíços é a partida entre Brasil e Egito disputada no Catar, em 14 de novembro de 2011.

Publicidade

O duelo no estádio do Al Rayyann, em Doha, foi vencido pelo Brasil por 2 a 0, com gols de Jonas. Oficialmente, a capital do Catar foi escolhida pelos organizadores como sede da partida por ser um local acessível à torcida egípcia. No início daquele ano, o país havia passado por uma revolução e jogar no Cairo não seria possível. No entanto, o FBI suspeita que os organizadores da candidatura do Catar-2022 teriam aproveitado a ocasião para quitar duas dívidas.

Leia também:

Caso Fifa: Suíça identifica 53 transações suspeitas para Copas de 2018 e 2022​

Delator gravou reuniões na Fifa com ‘grampo’ no chaveiro

Jornal: Teixeira e colegas receberam relógio de ouro do Catar

Continua após a publicidade

FBI suspeita que Catar depositou propina a Ricardo Teixeira em Mônaco

A primeira seria ainda com o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que um ano antes havia votado pelo país. A segunda seria com o chefe do futebol egípcio, Hany Abo Rida. O cartola era um dos maiores aliados de Mohamed Bin Hammam, do Catar, que tentou derrubar Joseph Blatter do cargo de presidente da Fifa.

Publicidade

Abo Rida está sendo investigado pelo FBI por também ter viajado com Bin Hammam para um encontro na União Caribenha de Futebol. Naquele evento, o representante do Catar distribuiu 40.000 dólares (122.000 reais, em valores atuais) a cada um dos dirigentes do Caribe em troca de votos para a eleição na Fifa. Os americanos querem saber o que Abo Rida fazia no mesmo jato particular que voou do Oriente Médio ao Caribe.

Apesar de o jogo com o Brasil ter ocorrido um ano depois da vitória do Catar, os investigadores alertam que os pagamentos podem não ter ocorrido de forma imediata. Um exemplo foi o pagamento feito ao então vice-presidente da Fifa, Jack Warner, por seu voto para a Copa na África do Sul em 2010. A escolha ocorreu em 2004, mas a dívida só foi quitada em 2008. “Nossa percepção é de que para a Copa do Catar os eventuais pagamentos foram realizados entre 2009 e 2012”, disse uma fonte em Berna, na condição de anonimato.

A outra partida da seleção que está sob investigação é o amistoso diante da Argentina, vencido pelos rivais por 1 a 0, em novembro de 2010, no Catar, dias antes da votação na Fifa que deu ao pequeno país do Golfo o direito de sediar o Mundial de 2022. Brasil e Argentina votaram pelo Catar, ainda que o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garanta que jamais recebeu um centavo pelo apoio.

Publicidade
Messi e Neymar no amistoso entre Brasil e Argentina, em 2010
Messi e Neymar no amistoso entre Brasil e Argentina, em 2010 VEJA

(com Estadão Conteúdo)

Continua após a publicidade

Publicidade