Jogadores brasileiros na Ucrânia fazem novo vídeo por ajuda: ‘Agoniados’
Com idosos e crianças, apelo foi em tom de indignação e cobrança forte ao governo brasileiro
Os conflitos entre Rússia e Ucrânia completam mais um dia e grande parte dos jogadores brasileiros ainda estão isolados no país, a poucos quilômetros dos bombardeios. Na manhã deste sábado, 26, mais um vídeo de atletas do Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev foi divulgado, em tom de agonia, indignação e cobrança ao governo brasileiro.
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Junto a familiares, com idosos e crianças, os brasileiros atualizaram a situação, pela voz de Marlon Santos, zagueiro ex-Fluminense: “mais uma vez a gente está aqui reunido, desta vez indignado, estamos cansados, agoniados, e a falta de alimento, de fralda, de leite tem aumentado, e a gente não tem uma solução e está muito difícil aqui para a gente. A gente pede ajuda, por favor.”
Em sequência, Maycon, volante revelado pelo Corinthians, disseram que a opção foi por ficar no bunker (local protegido) no hotel, em Kiev. O jogador de 24 anos explicou a escolha: “A única solução que deram para nós foi esse tal de trem, mas nós estamos em uma área onde, infelizmente, está acontecendo uma guerra. Até chegar ao trem ou ao metrô, a gente teria que andar um quilômetro, mais ou menos, com crianças, idosos. Não teríamos suporte da embaixada para chegar neste local com segurança. Todos concordam aqui que fica inviável chegar até lá e, por isso, tomamos a decisão de nos manter aqui, seguros, com vida, pelo risco que correríamos se chegássemos até lá.”
Para finalizar, um dos presentes fez cobranças ao governo brasileiro, que permanece em posição pouco decisiva quanto os conflitos. “sem querer fazer um comparativo, a embaixada portuguesa já efetivamente ofereceu veículos para um plano de fuga dos seus cidadãos, e, enquanto isso, nós estamos aqui, sem algo claro e tudo por nossa conta e risco.” Vale lembrar que Jair Bolsonaro esteve na Rússia nas últimas semanas e disse que prestava solidariedade a Vladmir Putin.
Ao todo, 33 brasileiros jogam na elite do futebol do país e alguns deles assumiram o risco na fuga, em carros ou trens. A fronteira de fuga preferida pela população é a da Polônia, o que causa grandes congestionamentos, obrigando pessoas a abandonarem veículos e cruzarem a pé.