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Jogador australiano em atividade assume ser gay e ganha apoio de atletas

Josh Cavallo confessou ter lutado contra o medo de revelar sua orientação sexual durante seis anos; Piqué, Griezmann e Lineker elogiaram coragem

O meio-campista australiano Josh Cavallo, do Adelaide United, time da primeira divisão do país, se declarou publicamente homossexual. Ele utilizou as redes sociais para publicar um vídeo emocionado em que fala abertamente sobre a orientação sexual, declarando ter “lutado contra” por mais de seis anos. A atitude foi elogiada nas redes sociais por nomes como o zagueiro espanhol Gerard Piqué, do Barcelona, e o atacante francês Antoine Griezmann, do Atletico de Madri.

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“Hoje estou pronto para falar sobre algo pessoal. Finalmente me sinto confortável para falar sobre isso na minha vida. Tenho orgulho de anunciar publicamente que sou gay”, iniciou no depoimento de quase três minutos de duração.

“Foi uma longa jornada para chegar a este ponto da minha vida, mas eu não poderia estar mais feliz com a minha decisão. Lutei contra minha sexualidade por mais de seis anos e agora tenho orgulho de poder descansar sobre isso”, completou.

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Cavallo mencionada ainda que sempre sentiu “necessidade de se esconder porque tinha vergonha” e por temor de não conseguir cumprir o sonho de jogar profissionalmente. “Envergonhado por nunca ter sido capaz de fazer o que amo e ser gay”, explica.

“Tive de aprender a digerir meus sentimentos para me encaixar no molde de um jogador de futebol profissional. Crescer gay e jogar futebol são dois mundos que nunca se cruzaram. Vivi minha vida presumindo que esse era um assunto sobre o qual nunca havia sido falado”.

O jogador cita ter recebido apoio do atual clube, o Adelaide, que publicou o vídeo nas suas redes sociais intitulando como “a verdade de Josh”. Ele também teve retorno positivo do capitão da equipe, Javi López, ex-jogador do Espanyol: “parabéns por sua bravura e orgulho de você”.

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Piqué agradeceu a Josh pela atitude e disse que “o mundo do futebol está muito atrasado”, enquanto Griezmann afirmou estar orgulhoso de Josh.

Outro a se manifestar foi o ex-jogador inglês Gary Lineker: “é um absurdo que se assumir seja uma coisa corajosa de se fazer no futebol. É verdade, e estou cheio de admiração por Josh por trilhar um caminho que espero que muitos outros sigam. Tenho certeza de que a grande maioria dos amantes do futebol o apoiará e apagará o medo que os outros possam ter”.

No futebol feminino, as brasileiras Marta, Formiga, Bárbara, Letícia, Aline Reis e Andressa Alves já assumiram a orientação sexual publicamente. Eleita por seis vezes como melhor jogadora do mundo, Marta é casada com sua colega de equipe, a zagueira americana Toni Deion Pressley. Elas assumiram o relacionamento publicamente em janeiro deste ano, após a superação de momento delicado, a descoberta de um câncer de mama por Toni. O elenco do Orlando tem outro casal, Ali Krieger e Ashlyn Harris.

Marta e sua esposa, Toni Deion Pressley -
Marta e sua esposa, Toni Deion Pressley –

A PLACAR, Formiga contou ter vivido uma série de preconceitos pela opção: A gente já enfrentou muito preconceito e resistiu. Recentemente, eu e minha mulher, Erica, recebemos uma mensagem de um cara falando que ela estava errada por ser lésbica e casada com uma jogadora de futebol negra. Quanta gente ignorante! O futebol feminino está quebrando”, disse.

A luta no esporte tem o casal Megan Rapinoe, melhor do mundo pela Fifa e capitã da seleção americana de futebol, e Sue Bird, um dos maiores nomes do basquete em todo o mundo, como principal referência.

Matéria da PLACAR na edição de setembro de 013 -
Matéria da PLACAR na edição de setembro de 013 –

No futebol masculino, a discussão vai ainda mais longe. Se há sinceridade no lado oposto, o feminino, com uma série de histórias inspiradoras e que viraram referência, ainda não há revelações maiores no mundo do futebol deles. Em 2020, um jogador enviou ao tabloide The Sun uma carta em que, apesar de entender ser gay desde os 19 anos, ainda não se sentia seguro para compartilhar a sua opção com dirigentes ou colegas de equipe.

Um dos casos mais emblemáticos foi o de Robbie Rogers, campeão da Major League Soccer (MLS) com o Los Angeles Galaxy, em 2015, e assumidamente declarado homossexual. Na cerimônia do título, ele foi homenageado pelo então presidente do país, Barack Obama. Antes disso, Rogers chegou a cogitar aposentadoria precoce dos gramados. Parou em 2017, por lesões.

Em setembro 2013, Rogers foi um capítulo a parte na edição 1383 de PLACAR. A matéria tinha como título “A porta da esperança?” e falava sobre como a decisão de Rogers e o beijo de Emerson Sheik em um amigo, no mesmo ano, poderiam, enfim, encorajar jogadores a “saírem do armário”.

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