Japão subestima Polônia, mas se salva pela disciplina; Mina brilha de novo
Ao poupar meio time, japoneses quase ficam fora; Colômbia vence Senegal e avança como líder do Grupo H
Apesar de reconhecer, na entrevista coletiva da véspera, que respeitava a eliminada Polônia, a verdade é que o técnico japonês Akira Nishino subestimou o time de Lewandowski. Ao promover seis mudanças na escalação, imaginou-se classificado. Entre os poupados, o líder do time (Hasebe) e seu melhor jogador até aqui (Unai). O Japão flertou com a desclassificação durante os noventa minutos da derrota por 1 a 0 para os poloneses, pois mais um gol o eliminaria por saldo. Senegal, com os mesmos quatro pontos, também perdeu (para a Colômbia) por 1 a 0, e o desempate foi decidido na disciplina. Nisso, os samurais são ótimos: somaram menos cartões amarelos (quatro, contra seis dos senegaleses).
O sinal do arrependimento de Nishino: colocou Unai na partida logo depois do gol de Bednarek, aos catorze do segundo tempo, completando falta cobrada por Kursawa. Hasebe também entrou. A Polônia parecia mais interessada na partida e, não fossem duas defesas de Kawashima, teria ampliado o saldo negativo nipônico e ajudado Senegal. Os polacos só deixaram de correr nos acréscimos, assistindo à constrangedora troca de passes dos japoneses.
Em Samara, Senegal também cometeu seu pecado. Só lhe cabia segurar o empate com a Colômbia, mas não conteve Yerry Mina, que brilhou de novo. Outro gol de cabeça do jogador mais feliz do Mundial, puxador da dancinha que faz a alegria do mar amarelo que toma conta dos estádios russos. A Colômbia garantiu a liderança do Grupo H e será a única equipe sul-americana entre sete europeus em um dos lados do chaveamento do mata-mata. Por outro lado, a África se despede da Copa do Mundo.
Nas oitavas
Na segunda-feira, 2 de julho, o Japão enfrenta o líder do Grupo G, às 15h. No dia seguinte, também às 15h, a Colômbia joga contra o segundo da mesma chave.
Ponto alto
Mina, ex-Palmeiras, está em êxtase. Eleito melhor jogador da partida, já soma dois gols no Mundial e reescreve seu 2018, que começou encostado no Barcelona — foram apenas seis jogos oficiais pelo clube catalão.
Ponto baixo
A marmelada japonesa dos minutos finais mereceu vaias do público. Preferiram isso a buscar o empate, correndo o risco de ocorrer um gol de Senegal nos acréscimos. Seria exagero tornar-se a ‘vergonha de Volgogrado’, mas pegou mal para uma nação tão elogiada por sua ética.
Fichas dos jogos
Senegal 0 x 1 Colômbia
Local: Arena Samara. Árbitro: Milorad Mazic (SER). Público: 41.970. Gol: Mina, aos 29 do segundo tempo.
Senegal: N’Diaye; Gassama, Koulibaly, Salif Sané e Sabaly (Wagué); Kouyaté, Gueye, Keita Baldé e Mané; Niang (Sakho) e Sarr (Keita Baldé). Técnico: Aliou Cissé.
Colômbia: Ospina; Arias, Mina, Dávinson Sánchez e Mojica; Carlos Sánchez e Uribe (Lerma); Cuadrado, Quintero e James Rodríguez (Muriel); Falcao García (Borja). Técnico: José Pekerman.
Japão 0 x 1 Polônia
Local: Arena Volgogrado. Árbitro: Janny Sikazwe (ZAM). Público: 42.189. Gol: Bednarek, aos 14 do segundo tempo.
Japão: Kawashima; Sakai, Yoshida, Makino e Nagatomo; Yamaguchi e Shibasaki; Gotoku Sakai, Okazaki (Osako) e Usami (Unai); Muto (Hasebe). Técnico: Akira Nishino.
Polônia: Fabianski; Bereszynski, Glik, Bednarek e Jedrzejczyk; Goralski, Krychowiak e Grosicki; Zielinski (Teodorczyk), Lewandowski e Kurzawa (Peszko). Técnico: Adam Nawalka.