Ídolos em crise: Tevez detona Riquelme na Argentina
Atacante criticou postura do ex-companheiro após aposentadoria: “O respeito como jogador e ídolo do Boca, mas fora de campo deixa muito a desejar”
Uma rixa entre dois dos maiores ídolos da história do Boca Juniors agitou o noticiário esportivo da Argentina nesta quinta-feira. Carlos Tevez, hoje no Shangai Shenhua, da China, não poupou críticas ao ex-jogador e seu antigo companheiro Juan Román Riquleme. Segundo Carlitos, Riquelme “não faz bem ao Boca” por ser extremamente crítico ao clube e constantemente elogiar o rival River Plate.
Tanto Tevez quanto Riquelme são torcedores fanáticos do Boca Juniors. Coincidiram no clube por um curto período, quando Tevez iniciava sua carreira e, inclusive, era fã do camisa 10 (uma foto famosa na Argentina mostra Tevez, então gandula do time, abraçado ao ídolo Riquelme) e atuaram mais tempo juntos na seleção argentina, sempre em clima de paz. A amizade, porém, se quebrou durante a última passagem de Tevez pelo Boca, entre 2015 e 2016. Segundo o ex-atacante do Corinthians, Riquelme só aparecia na imprensa para criticar seu antigo clube.
“Quando nós perdíamos, ele saía matando os jogadores do Boca e quando o River ganhava dizia ‘como joga bem esse time de Gallardo (técnico). O respeito como jogador e ídolo do Boca, mas fora de campo deixa muito a desejar. Riquelme não tinha amigos jornalistas quando jogava, mas agora toma mate com eles. Eu digo as coisas pela frente”, atacou Tevez, em entrevista à emissora TyC Sports.
Tevez lamentou especialmente o fato de Riquelme ter menosprezado a conquista do Boca no Campeonato Argentino de 2015. “Quando fomos campeões ele disse que uma Libertadores (vencida pelo River naquele ano) valia por dez campeonatos. Eu pensava: ‘Se ele é torcedor do Boca, por que não se alegra? O Boca não era campeão havia tanto tempo. Ele diz que a família dele sempre torceu para o Boca, será que eles não estavam felizes? Mas ele sempre colocava os jogadores do Boca para baixo”, afirmou Tevez.
Recentemente, Riquelme também disse que, no lugar de Tevez, não teria ido jogar na China , o que também irritou o jogador de 33 anos. “Riquelme também saiu do Boca quando teve de ir, foi ao Barcelona e ao Villarreal e depois quando ficou sem contrato voltou. (…) Falar de fora é fácil.”
Vida na China
Tevez ainda contou que ele próprio relutou muito em aceitar a milionária proposta chinesa. “Quando chegou a primeira oferta minha primeira reação foi negar. A decisão final tomei depois do último jogo, falei com minha esposa e disse que eu queria ir. Achava que não tinha mais forças para continuar. (…) Foi muito duro para mim também, vi minha filha maior chorando pedindo para eu ficar no Boca.”
O atacante, que em 2015 deixou a Juventus em grande fase para retornar ao Boca Juniors, disse que não sabe se voltará a vestir a camisa azul e amarela um dia. “Sinceramente não sei o que vou fazer até o fim do ano. Sinto falta do meu bairro, dos meus amigos, dos churrascos, dos torcedores, da Bombonera. Mas também ganhei coisas que tinha perdido na Argentina, como poder levar meus filhos para passear.”
Tevez admitiu que já não sente tanta motivação para aguentar a pressão e as críticas dos argentinos. “Eu sempre dei tudo pelo Boca, mas se você não tem mais fome de glória é difícil. Seria fácil eu ficar lá, fingindo que nada acontece, ficar fora de duas partidas que mesmo assim continuariam me amando, mas não sou assim. Se coloco uma camiseta tenho de sair quase morto do campo”, completou o jogador, que foi ídolo em todos os clubes que passou por sua qualidade e entrega.