Ídolo ucraniano, Shevchenko desabafa sobre guerra e agradece italianos
"Nós, ucranianos, resistiremos", disse o ex-atacante, que destacou generosidade do povo italiano ao falar sobre a recepção aos refugiados da guerra
A guerra na Ucrânia também afeta diretamente o mundo do futebol e a vida de craques que marcaram história. Ídolo do Milan, o ex-atacante ucraniano Andriy Shevchenko concedeu entrevista ao jornal italiano Corriere Della Serra e desabafou sobre o conflito que ocorre no seu país.
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“Não é um conflito, não é uma operação especial. É um assalto. Um crime contra civis. Ninguém quis acreditar, até o fim. Não imaginávamos que a Rússia faria isso conosco. Parecia-nos impossível”, disse o ex-jogador.
Ídolo do futebol ucraniano, Shevchenko também chegou a dirigir a seleção de seu país durante cinco anos, entre 2016 e 2021. Em relato forte, ele disse que seus pais permanecem no país natal, mesmo com o conflito instaurado pelo exército russo.
“Eu os ouço várias vezes ao dia. Minha mãe e minha irmã estão em casa, a 25 minutos do centro de Kiev. Agora, outros parentes se juntaram a eles, incluindo minha tia, que passou quatro dias trancada no porão. Ele mora perto de um aeroporto e seu bairro foi bombardeado”, relatou.
Ao ser perguntado o motivo pelo qual seus pais não se juntaram a ele na Itália, Shevchenko foi firme: “Porque é a sua pátria, a sua terra, a sua casa. Eu teria preferido me juntar a eles. Por que eles deveriam ter ido embora?”, disse o ex-jogador, que também revelou sentir vontade de voltar ao seu país, mesmo neste momento de tensão.
Ao falar sobre a Itália, Shevchenko destacou as iniciativas no país, como doações em dinheiro e de materiais para a Cruz Vermelha, além de iniciativas do próprio Milan, que colocou à venda réplicas de camisas do ex-jogador para arrecadar fundos ao povo ucraniano.
Por fim, ele falou ainda sobre a generosidade dos cidadãos italianos, e mostrou esperança de que o país receberá bem os refugiados da guerra na Ucrânia. “Milão e Itália são a minha segunda pátria. Milão é uma cidade particularmente generosa. Estou certo de que ela pode e irá acolher muitos ucranianos que fogem da guerra. Quase todos serão crianças, mulheres e idosos, porque os homens entre os 18 e os 60 anos não podem sair do país”.
Ainda durante a entrevista, Shevchenko julgou como correto o fornecimento de armas para a Ucrânia, sob a justificativa de autodefesa. Além disso, aprovou a sanção da Fifa à Rússia, que impediu o país de disputar a próxima Copa do Mundo.
Atualmente com 45 anos, Shevchenko é o grande ídolo do futebol ucraniano. Ele começou a carreira no Dínamo de Kiev e depois chegou ao Milan, onde fez história e conquistou a Liga dos Campeões da Europa na temporada 2002/2003. Em 2004, foi o vencedor do prêmio Bola de Ouro, com status de melhor jogador do mundo. Ele ainda passou pelo Chelsea antes de retornar ao Milan e, por fim, encerrar a carreira de volta no Dínamo de Kiev. Pela seleção ucraniana, como jogador, marcou 48 gols em 111 jogos.
Every child deserves the peace and life. Please speak out. Save Ukraine and children 🙏🏻☮️🇺🇦
Кожна дитина заслуговує на спокій і життя. Будь ласка, висловлюйтеся. Збережіть Україну та дітей 🙏🏻☮️🇺🇦#supportukraine #standwithukraine #standingupforpeace #stopthiswar #freeukraine pic.twitter.com/VRj3UaAh1S
— Andriy Shevchenko (@jksheva7) March 11, 2022