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‘Honra em representar o Brasil’, diz Pietro Fittipaldi sobre estreia na F1

Neto de Emerson Fittipaldi substituirá Romain Grosjean no GP de Sakhir e quer aproveitar a chance para garantir uma vaga como titular na temporada de 2021

O Brasil voltará a ter um representante na principal categoria do automobilismo mundial neste final de semana. Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson Fittipaldi, fará sua estreia em um carro de Formula 1 neste final de semana e recolocará o país no grid após três anos – o último foi Felipe Massa na temporada de 2017. O piloto substituirá o franco-suíço Romain Grosjean, que sofreu um acidente impressionante no último domingo, 29, e acabou com queimaduras nas mãos e uma lesão na perna esquerda.

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Fittipaldi conversou com VEJA e falou sobre a expectativa da estreia pela equipe Haas. A primeira experiência acontece já nos treinos livres desta sexta-feira, 4. O Grande Prêmio de Sakhir, no Bahrein, começa às 14h10 (horário de Brasília) do domingo, 6. “Não vejo a hora de poder acelerar o carro em meu primeiro GP da F1. Me sinto preparado para este momento pois há dois anos trabalho com a equipe nesta condição de piloto reserva e de testes e sabia que um dia minha chance iria chegar. Agora é manter o foco no trabalho e acelerar”, disse.

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Pietro Fittipaldi, Haas VF-19 Haas/RF1/Divulgação

Pietro Fittipaldi espera que a experiência sirva para garantir um lugar como titular na próxima temporada. “Esta chance de correr em um GP será uma grande oportunidade de mostrar meu potencial. Preciso, claro, também do apoio de empresas do Brasil para que a gente possa também ser competitivo nesta área, que tem sido cada vez mais exigente para pilotos estreantes”. Em entrevista a VEJA em 2018, o avô Emerson Fittipaldi afirmou que a falta de brasileiros na F1 era culpa dos patrocinadores e da Globo.

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A Haas, porém, não será uma opção para Fittipaldi em 2021. A equipe acertou com dois novatos para o ano que vem: o russo Nikita Mazepin e o alemão Mick Schumacher, filho do heptacampeão da F1 Michael Schumacher, ambos atualmente na F2.

O brasileiro é um dos poucos pilotos do mundo que chegam a um primeiro GP com tanta bagagem no automobilismo internacional. Pietro acumula quatro títulos, 26 vitórias e experiência em carros das maiores categorias do mundo, como Indy, Formula E, WEC, DTM e Super Formula, além de ter sido piloto de testes da Haas nos últimos dois anos.

Confira a entrevista completa com Pietro Fittipaldi, piloto da Haas:

Como está o coração para disputar o primeiro GP na F1? Não vejo a hora de poder acelerar o carro da Haas em meu primeiro GP da F1. Me sinto preparado para este momento pois há dois anos trabalho com a equipe nesta condição de piloto reserva e de testes e sabia que um dia minha chance iria chegar. Agora é manter o foco no trabalho e acelerar.

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Sua família tem um grande histórico no automobilismo e na F1. Carregar o sobrenome Fittipaldi te traz mais confiança ou mais cobranças? Sem dúvida ajuda, sobretudo no começo da carreira, a abrir portas, a conquistar bons lugares nas categorias de base. Mas no automobilismo se você não é rápido, não vence. O sobrenome sozinho não te leva para os próximos passos. Eu venci quatro campeonatos de categorias de base antes de chegar na F1, venci dezenas de corridas e agora terei a chance de provar meu potencial. Claro que há mais cobranças, mas na F1 é assim com todos os pilotos. O meu privilégio é poder contar com a família para me passar toda a experiência que eles tiveram nas pistas e usar isso a meu favor.

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O Brasil não tinha um piloto no grid desde Felipe Massa em 2017. Qual sua expectativa para representar o país na F1? Estou muito feliz, é uma honra representar a história do Brasil, um país que tem tanta tradição no automobilismo. São três anos sem brasileiros e é importante que o Brasil se mantenha em evidência na F1. Espero que eu possa ajudar para que o nosso país siga na categoria, abrindo portas não só pra mim, mas para todos que estão no caminho da maior categoria do automobilismo mundial.

Você chegou a conversar com o Grosjean? Ele te deu alguma dica ou algum incentivo para a corrida? Sim, nossa primeira preocupação foi com a saúde dele e ficamos todos muito aliviados em saber que ele saiu bem de um acidente tão impressionante. Tanto ele quanto o (Kevin) Magnussen sempre trocam informações comigo ao longo não só deste, mas de todos os GPs. Na Haas trabalhamos em equipe e tenho certeza de que ele estará torcendo para termos um grande resultado no Bahrein.

Grosjean disse que o halo salvou a vida dele. Você já se acostumou com esse item de segurança? Considera o esporte seguro? Com certeza salvou a vida dele e já me sinto bem adaptado ao halo. Acredito que mesmo aqueles que não viam com bons olhos este item agora são grandes defensores, pois segurança vem em primeiro lugar. Considero o esporte seguro e com certeza todos os pilotos que estão no grid pensam desta forma, a evolução em segurança é incrível nos últimos anos, o próprio acidente do Grosjean evidenciou isso.

O GP de Sakhir será uma disputa em um traçado quase oval. Você teve experiência em circuitos assim em outras temporadas. Pode ser uma vantagem? Toda experiência no automobilismo ajuda, mas esta será uma corrida inédita para todos os pilotos de F1. Por não ser bem um oval e sim um anel externo, acredito que a experiência da Indy não seja tão próxima assim – talvez o fato de os carros andarem mais próximos e em altas velocidades. Só mesmo depois dos primeiros treinos saberemos o que esperar.

Qual a sua expectativa para a corrida? Minha expectativa é aproveitar ao máximo esta chance que a equipe Haas está me oferecendo, como um reconhecimento pelo meu trabalho nos últimos dois anos. É uma pista onde tivemos dificuldades recentemente, mas será um novo traçado e quem sabe isso pode ajudar a criar uma corrida mais dinâmica. Quero entregar o melhor resultado possível esperando que a Haas consiga um final de semana competitivo no Bahrein.

Acredita que pode ser a chance de garantir uma vaga no grid do ano que vem? Sim. Venho trabalhando para isso sempre e esta chance de correr em um GP será incrível, uma grande oportunidade de mostrar meu potencial. Preciso, claro, também do apoio de empresas do Brasil para que a gente possa também ser competitivo nesta área, que tem sido cada vez mais exigente para pilotos estreantes. Por melhor que seja meu resultado, precisamos deste apoio para conseguir um lugar no grid em 2021.

Outro sobrenome famoso que pode estar na F1 em 2021 é de Schumacher. Já conversou com o Mick sobre isso? Sim, ele tem feito um grande ano na F2 e tem tudo para ser campeão. Acompanho bastante o trabalho dele na Academia Ferrari, pois meu irmão Enzo (Fittipaldi) também integra este programa de jovens talentos e com certeza é um ótimo caminho para quem está nas categorias de base para chegar na F1.

Quem é o seu grande ídolo na categoria? E no automobilismo em geral? Claro que admiro muito toda a família Fittipaldi, meu avô Emerson pelas vitórias e títulos, o Wilson pela garra em correr a ao mesmo tempo criar a equipe brasileira de F1 (nos anos 1970), meu tio Christian e também meu tio Max Papis – na verdade é como seu eu já fosse o quinto Fittipaldi na F1 (risos). E também sou muito fã de Ayrton Senna, no ano passado a família me convidou para participar do tributo a ele na véspera do GP Brasil, pude andar no Toleman da estreia dele de 1984, foi realmente inesquecível.

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