Gols bonitos e feios, seleção, pouco marketing: Dodô abre o jogo à PLACAR
Ex-atacante com passagens por São Paulo, Fluminense e Botafogo foi o convidado do Redação PLACAR desta semana, e relembrou feitos e polêmicas
Ricardo Lucas, o popular Dodô, ou ainda “o artilheiro dos gols bonitos.” O programa Redação PLACAR desta semana recebeu o ex-atacante de 48 anos, com passagens de sucesso por São Paulo, Botafogo, Fluminense, entre outros clubes — e muita história nas páginas da revista. À PLACAR TV, Dodô relembrou importantes passagens de sua carreira, reviu matérias e abriu o jogo sobre polêmicas como a fama de sonolento em campo e o caso de doping que o impediu de atuar ao lado de Ronaldo por seu time de infância, o Corinthians.
Ao rever uma matéria de 2010, na qual dizia que, para ele, comemorar um gol é “abraçar o companheiro que me deu o passe, cumprimentar a torcida e só”, o agora ex-jogador disse não se arrepender de não ter feito um marketing pessoal melhor. “Talvez [isso tenha me prejudicado], mas aí não seria eu. Porque eu aprendi com as pessoas que eu admirava, com a educação do meu pai, a jogar futebol dentro de campo. Fazer média com torcida, com companheiros… a melhor resposta que eu posso dar é quando a bola chegar fazer as melhores jogadas e fazer o time ser melhor e isso é com a bola.”
“A questão da comemoração de gol sempre foi visando quem me passou a bola, tem que agradecer o companheiro, o futebol é coletivo. Então isso é uma coisa de criação minha, para mim o futebol é simples”, prosseguiu, para depois admitir que em um de seus gols mais importantes, pelo Fluminense, na semifinal da Libertadores, não celebrou pois estava chateado com o técnico Renato Gaúcho. “Esse dia eu estava meio p… da vida mesmo”, brincou.
Dodô fez gols marcantes e belíssimos, tanto que ganhou do narrador Luís Roberto a alcunha pela qual adora ser chamado, e diz ser respeitado por todas as torcidas às quais representou. “É muito legal, porque pelo fato de eu nunca ter menosprezado ou desrespeitado as torcidas contrárias, recebo carinho de muitos torcedores. Claro que a identificação, pelo tempo que joguei, é maior com São Paulo e Botafogo, mas quando saio para a rua as pessoas lembram muito dos gols que fiz, do rótulo de artilheiro dos gols bonitos.”
Dodô foi capa de PLACAR pela primeira vez em 1997. Naquele ano, Dodô chegou a receber chances na seleção brasileira de Zagallo. Jogou cinco jogos e marcou dois gols, ambos contra o Equador. Ele admite frustração por não ter conseguido disputar uma Copa do Mundo, mas disse entender que a concorrência com Ronaldo, Edmundo, Romário e outros craques era ingrata.
“Tinha muito cara bom (…) Quando eu fui convocado, eu estava muito bem, voando no São Paulo… Foi o time que jogou a Copa, comigo no lugar do Bebeto. Eu tinha que jogar o que eu jogava no São Paulo para ter uma esperança, foi a única coisa que o Zagallo me disse. Frequentei bastante no ano de 1997, mas não consegui prosseguir porque a concorrência era muito grande. E eu sempre falo que não dá para reclamar porque tinha muita gente boa.”
Revelado pelo Nacional, o paulistano Dodô explodiu no São Paulo, passou por Santos e Palmeiras e até Portuguesa, mas jamais pelo seu clube de infância, o Corinthians, apesar de ter tido diversos convites. Uma destas oportunidades doeu mais. “Sempre tive muitas sondagens do Corinthians (…) Em 2008, fiz um pré-contrato com o Corinthians de dois anos, estava tudo certo, e aí fui suspenso por doping e não consegui ir”, diz, relembrando que poderia ter jogado novamente com Ronaldo, com quem dividiu vestiário na seleção.
Dodô teve outra oportunidade de vestir a camisa alvinegra em 2002, mas acabou optando pelo rival Palmeiras, que acabaria rebaixado. “Eu tinha várias propostas e preferi escutar as de São Paulo. Eu pensei: o Vanderlei [Luxemburgo] é o técnico do Palmeiras e todo mundo que joga com ele vai para a seleção. Mas deu tudo errado. O time não era excelente, mas não era para cair.”
No fim do papo, Dodô disse que gostava de ser xingado pelas torcidas adversárias, citou Edmundo como o companheiro mais marrento — “mas gente boa” — que já teve e elegeu o gol mais feio de sua carreira. Clique e assista na íntegra.