FPF recorre a apoio da CBF e estuda ação para seguir o Paulista
Decisão contou com apoio unânime de clubes, além de representantes de sindicados de atletas, árbitros e treinadores
O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, avisou na tarde desta terça-feira, 16, aos representantes dos clubes que disputam a elite do Campeonato Paulista que a entidade recorrerá à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para não paralisar o estadual. A decisão teve apoio unânime dos 16 clubes, além de representantes de sindicados de atletas, árbitros e treinadores. A FPF estuda, ainda, ingressar em uma ação judicial conjunta contra o estado.
“Foi unânime entre os clubes que precisamos lutar pelo campeonato. A Federação, agora, trabalha com a CBF para nos oferecer opções. O presidente Reinaldo informou que existem duas opções mais fortes: o campeonato continuar em outro estado, a ser confirmado, ou a medida extrema que uma ação conjunta”, disse a PLACAR o presidente do Santo André, Sidney Riquetto.
“É uma decisão de todos, que fique claro: sindicatos, atletas, clubes, árbitros… todos querem que o campeonato continue. A CBF entrou nas tratativas para conversar com os governantes de estados e entendermos qual será a melhor situação. Ela vai apoiar a Federação na preservação do estadual. Não será uma decisão política, que não é técnica, nem científica, que paralisará o estadual. Todos os presidentes tiveram voz, falaram, e foram favoráveis”, completou.
Em nota divulgada, a entidade cita que “o protocolo de saúde do futebol é extremamente seguro” e que a proposta de “bola de segurança” apresentada ao governo estadual “garante um controle ainda maior na organização da competição em São Paulo”. A FPF citou que para manter o calendário tenta agendar partidas para outros estados.
“Desde o início fomos favoráveis dos campeonatos seguindo o formato das bolhas, que foi um sucesso na NBA, e essa foi a proposta da FPF não aceita pelo governo. Ou seja, houve um ajuste no protocolo que é o que queríamos”, explicou Rinaldo Martorelli a PLACAR, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.
A CBF já afirmou na última semana que os campeonatos não vão parar. A entidade afirmou que aplicou mais de 90 000 testes de coronavírus com taxa de positividade de 2,2%: o “ambiente seguro e controlado aos jogadores e comissões técnicas”.
A principal alternativa, a de continuidade do campeonato fora do estado, ficou mais difícil de acontecer após o anúncio do secretário de saúde do governo de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, durante a manhã, que decretou a proibição de jogos de futebol de equipes de outros estados em território mineiro. Todo o estado entrará na fase mais restritiva do programa de enfrentamento à Covid-19.
Com isso, a partida entre Palmeiras e São Bento, que aconteceria nesta quarta-feira, 17, no estádio Independência, em Belo Horizonte, em jogo atrasado pela 3ª rodada da competição, ficará suspensa. A Federação Paulista bancaria os custos de viagem e a estadia de árbitros e delegações para que o jogo ocorresse.
Para convencer o MP da liberação parcial dos jogos, a FPF apresentou um estudo específico para a fase emergencial. De acordo com a entidade, no encontro foram feitas “propostas baseadas em critérios médicos e científicos, que embasavam o pedido de liberação parcial do futebol no período, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma bolha de segurança para atletas e comissões técnicas”.
A ideia proposta foi uma redução de 56% das partidas disputadas, com a suspensão da Série A3 e de alguns dos jogos da Série A2, sendo que somente a Série A1 teria todas as partidas realizadas. Todas as delegações de equipes seriam testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamentos até o período. Além disso, o número de profissionais envolvidos nos jogos seria reduzido em 70%.
A entidade, em nota anterior, disse o futebol “é a atividade econômica que possui um rigoroso e inédito protocolo de saúde” e que com a paralisação mais de três mil testes deixarão de ser realizados. Também citando que a taxa de positividade chega a 2,2%, 15 vezes inferior a taxa estadual e menor do que o número recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para controle da pandemia, que é de 5%.