Fórmula 1, enfim, terá início na Áustria; GP do Brasil corre risco
Em meio à pandemia e ao Black Lives Matter, a temporada 2020 começará no próximo domingo; apenas oito corridas, todas na Europa, estão confirmadas
A temporada de 2020 da Fórmula 1 terá início no próximo domingo 5, com o GP da Áustria, após quase quatro meses de espera e uma série de cancelamentos e adiamentos devido à pandemia de coronavírus. O britânico Lewis Hamilton, da Mercedes, segue como principal candidato e buscará igualar o recorde de sete títulos de Michael Schumacher, em corridas, a princípio, sem a presença de torcedores e sob rígidos protocolos.
Apenas oito GPs foram confirmados até o momento, todos na Europa. A FOM, entidade que pertence ao grupo americano Liberty Media e que controla a principal categoria do automobilismo mundial, já avisou que pretende organizar de 15 a 18 provas, bem menos que as 22 previstas inicialmente.
Devido à paralisação causada pela pandemia de Covid-19, sete etapas já foram canceladas (Austrália, Azerbaijão, França, Holanda, Japão, Mônaco e Singapura) e outras quatro adiadas (Barein, Vietnã, China e Canadá). A corrida programada para novembro no autódromo paulistano de Interlagos, portanto, não está confirmada. A restrição de datas disponíveis e questões logísticas podem ameaçar a prova realizada em São Paulo, sem interrupções, desde 1990.
A maior categoria do automobilismo, que em 2020 celebra sua 70ª temporada, mais uma vez tem início sem nenhum brasileiro entre os pilotos titulares. Confira, abaixo, as principais atrações da Fórmula 1 2020:
Calendário indefinido
Apenas oito corridas, todas na Europa, já tem datas confirmadas: Áustria (duas provas no mesmo circuito, em Spielberg), Hungria (Hungaroring), Inglaterra (também duas corridas em Silverstone), Bélgica (Spa-Francorchamps), Espanha (Barcelona) e Itália (Monza). Além dos adiados, os GPs da Rússia, Estados Unidos, México, Brasil e Abu Dhabi seguem indefinidos.
A FOM e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) elaboram o novo calendário junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e avisou que pode alterar datas e etapas de acordo com as recomendações de cada país.
GP da Áustria (Spielberg): 5 de julho
GP da Estíria (Spielberg): 12 de julho
GP da Hungria (Hungaroring): 19 de julho
GP da Inglaterra (Silverstone): 2 de agosto
GP dos 70 Anos (Silverstone): 9 de agosto
GP da Espanha (Catalunha): 16 de agosto
GP da Bélgica (Spa): 30 de agosto
GP da Itália (Monza): 6 de setembro
Como fica o GP Brasil de 2020
Segundo país mais atingido pelo coronavírus – com mais de 1,3 milhão de infectados e 58 000 mortos –, atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil pode não oferecer garantias para a realização segura da corrida em Interlagos, prevista para 15 de novembro. Procurada por VEJA, a organização do evento disse manter o planejamento:
“A organização do GP Brasil de F1 continua trabalhando no ritmo normal na montagem do evento. Da mesma forma, a FIA e a FOM trabalham com todo empenho para realizar o maior número de provas do campeonato e cumprir suas obrigações contratuais com promotores, emissoras de TV e anunciantes”, diz um dos trechos.
Evidentemente é muito difícil prever neste momento a evolução da pandemia nos próximos meses, mas pelas projeções das autoridades sanitárias a situação deve voltar à normalidade até a data do evento.”
Nos anos anteriores, o mês de junho marcaria a venda de ingressos dos ingressos e a contratação de fornecedores para a realização da prova. Até agora, nem uma coisa, nem outra aconteceram. A prova de 2020 é a última prevista em contrato assinado entre a Prefeitura de São Paulo e a FOM. As conversas sobre a renovação do contrato encontram-se paradas. Na mesma nota, a empresa responsável pela realização do GP Brasil segue confiante.
“Quanto às negociações de um novo contrato, para realização da corrida no Brasil a partir de 2021, as perspectivas são boas, mas por exigência da FOM não podemos divulgar detalhes.”
Protocolo: sem torcida nem festa no pódio
O campeonato começará entre máscaras, álcool em gel e normas rígidas de distanciamento social. As primeiras oito etapas serão certamente com portões fechados – além das equipes, apenas alguns convidados poderão entrar nos circuitos –, enquanto as restantes podem ter a presença de torcedores, dependendo da evolução da pandemia nos países.
Os pilotos devem passar por testes pelo método PCR quatro dias antes de viajar para a Áustria. Os exames serão repetidos a cada cinco dias e quem testar positivo será, evidentemente, afastado. Os tradicionais motorhomes das equipes devem ser evitados e o número de funcionários no paddock reduzido. Abraços e chuvas de champanhe no pódio também foram abolidos, para cumprir as normas de distanciamento social. Os pilotos mirins conhecidos como “mascotes” participarão apenas de forma virtual e as entrevistas coletivas oficiais terão de ser ao ar livre ou por videoconferência.
Atos contra o racismo liderados por Lewis Hamilton devem ocorrer nas próximas corridas. A Mercedes, por sinal, usará uma nova versão de seu carro, com a cor preta substituindo o tradicional prateado e mensagens pedindo o “fim ao racismo”.
🖤🏳️🌈 The call to ‘End Racism’ will feature on the halo of both of our cars in 2020, and #WeRaceAsOne will be featured on the mirrors of the W11. pic.twitter.com/KYIEFWmEU5
— Mercedes-AMG F1 (@MercedesAMGF1) June 29, 2020
Todos contra Hamilton
Campeão em 2008, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019, Lewis Hamilton e sua Mercedes seguem como principais candidatos ao título. Além de poder igualar o recorde de títulos, o britânico também pode alcançar Schumacher em número de vitórias – tem 84 contra 91 do alemão. Aos 22 anos, o holandês Max Verstappen, da Red Bull, aparece como possível concorrente, enquanto a Ferrari lida com uma situação desconfortável nos bastidores depois de anunciar que não renovará com o tetracampeão Sebastian Vettel ao fim do ano.
Seu substituto na Ferrari em 2021 será o espanhol Carlos Sainz, que antes se despede da McLaren. O australiano Daniel Ricciardo também fará sua última temporada na Renault, antes de assumir a vaga de Sainz na escuderia britânica. Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil não tem nenhum piloto entre os titulares. Sergio Sette Camara é piloto de testes de Red Bull de Alpha Tauri e Pietro Fittipaldi da Haas.
Equipes e pilotos de 2020
Mercedes: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas
Ferrari: Sebastian Vettel e Charles Leclerc
Red Bull: Max Verstappen e Alexandre Albon
McLaren: Carlos Sainz e Lando Noris
Renault: Daniel Riccardo e Esteban Ocon
Alpha Tauri: Daniil Kviat e Pierre Gasly
Racing Point: Sergio Pérez e Lance Stroll
Alfa Romeo: Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi
Haas: Romain Grosjean e Kevin Magnussen
Williams: George Russell e Nichollas Lafiti