Football Leaks: Uefa encobriu doping financeiro de PSG e Manchester City
Site de vazamentos de informações informou que os clubes ligados a Catar e Emirados Árabes Unidos receberam injeção ilegal de bilhões de euros
O Paris Saint-Germain e o Manchester City receberam, por meio de fundos de investimento do Catar e Emirados Árabes, respectivamente, montantes bilionários que foram encobertos pela Uefa, informaram diversos jornais europeus nesta sexta-feira, com base em documentos do “Football Leaks” – site que se notabilizou por vazar informações confidenciais do meio do futebol, inspirando-se no Wikileaks.
Os papéis, obtidos pelo jornal alemão Der Spiegel e publicados nesta sexta pelo site francês Mediapart, aponta que o PSG teve injeção ilegal de 2,7 bilhões de euros (11,3 bilhões de reais), e o City’ recebeu 1,8 bilhões de euros (7,5 bilhões de reais).
Ainda segundo o Mediapart, os montantes entraram nos caixas dos clubes “de maneira fraudulenta”, como forma de aumentar os respectivos orçamentos e poder pagar pelos melhores jogadores possíveis.
Para isso, conforme revelam os documentos, foram utilizados contratos fictícios de patrocínio, como o Escritório de Turismo do Catar, o que é proibido pelo Fair Play Financeiro da Uefa. De acordo com o material vazado, no entanto, o ex-presidente da entidade Michel Platini e o atual presidente da Fifa, Gianni Infantino, encobriram a manobra.
A confederação continental informou aos dois clubes que o assunto “se resolveria sem problemas”, devido a razões políticas, que não são detalhadas na publicação do Mediapart. As duas auditorias que a Uefa enviou para avaliar os contratos assinados por PSG e City apontaram valores até 1.750 vezes menor que os montantes reais.
De acordo com o site, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy chegou a ser consultado sobre o assunto durante o período em que esteve no cargo, e interveio não apenas a favor do PSG, mas também do Manchester City.
O clube francês desmentiu, em comunicado, as informações, apontando sempre ter agido de acordo com as regulamentações impostas. “Os números do contrato são conhecidas pela Uefa e pelo grande público desde 2014. Em 2014, a Uefa confirmou que nosso contrato com o Escritório de Turismo do Catar garantia a promoção e a influência do país”, aponta o texto.
A direção ainda garante que se trata de um dos clubes “mais vigiados e controlados da história”, desde que passou a ser propriedade da Qatar Sports Investments. Há quatro anos, o PSG pagou multa de 60 milhões de euros (252,7 milhões de reais), por descumprir regras do Fair Play Financeiro da Uefa.
Atualmente, o clube voltou a ser investigado, pela contratação, em meados de 2017, dos atacantes Neymar e Kylian Mbappé, que custaram mais de 400 milhões de euros (1,68 bilhão de reais).