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Foguetório com Lucas e papo com CR7: zagueiro detalha histórias e metas

Artilheiro do Mundial de Clubes de 2017, Maurício Antônio, com passagem pela Europa e base no São Paulo, está livre no mercado após deixar o Coritiba

O zagueiro Maurício Antônio é um dos nomes livres no mercado de transferências para a temporada 2025. Aos 32 anos, o defensor que deixou o Coritiba no fim do último ano afirma ter recebido propostas recentes, mas ainda aguarda para escolher o seu próximo destino.

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Formado nas categorias de base do São Paulo, ele se tornou um cidadão do mundo, construindo boa parte da carreira na Europa e na Ásia. Agora, de volta ao Brasil, o jogador concedeu entrevista à PLACAR, na qual contou histórias curiosas e revelou suas metas.

Início da carreira e turbulência

Paulista, natural do bairro do Ipiranga, o defensor iniciou sua trajetória ainda no futsal. E não demorou muito para que o destaque nas quadras do tradicional Clube Atlético Ypiranga fossem enxergados por um gigante do país.

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“Eu jogava de pivô e ala no salão. Eu já era grande, cresci muito rápido, então comecei a me destacar e fui recebendo convites. No Ypiranga tinha um ex-jogador de São Paulo, o Pedro Paulo, e ele tinha um contato”, disse.

Maurício continuou, detalhando sua chegada ao Tricolor: “Eles estavam montando um time pra disputar um campeonato lá no Japão. Eu tinha 12 anos, nem existia o CT de Cotia ainda, era lá em Barueri que a gente treinava. Cheguei já como zagueiro, fui passando nos testes, fui aceito e viajei com o grupo, como capitão do time. E fomos campeões lá.”

Maurício Antônio (quinto em pé da esquerda para a direita) com a seleção brasileira sub-17 - Divulgação
Maurício Antônio (quinto em pé da esquerda para a direita) com a seleção brasileira sub-17 – Divulgação

Os primeiros passos da carreira do zagueiro o renderam reconhecimento. Assim, chegou  a ser convocado para a seleção brasileira de base ao lado de nomes como Phillipe Coutinho, Casemiro e Neymar.

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Em uma dessas passagens, foi campeão sul-americano sub-17, em 2009. Na edição, além de Coutinho e Casemiro, o Brasil contava com nomes como Alisson, do Liverpool, e Dudu, do Cruzeiro, e terminou com título, batendo na final a Argentina, em disputa de pênaltis – que contou com Maurício convertendo sua cobrança.

No entanto, apesar disso, sua transição para o profissional não foi tão simples. E a boa fase do São Paulo à época pode ter sido um dos fatores que pesaram nisso, como contou o atleta.

“O São Paulo estava ganhando tudo. Então, não era igual hoje, que você necessitava fazer dinheiro com a base. Aí eu não consegui me profissionalizar lá e comecei rodar. Foi um momento difícil, porque muitos viram profissionais, mas o sonho da criança é você ter uma condição financeira muito boa, pra ajudar a sua família, pra você viver bem. E poucos conseguem isso, então foi um medo que eu tive”, revelou ao lembrar fase de instabilidade.

As expedições de Maurício Antônio

Depois da base no São Paulo, o zagueiro demorou a se firmar em um novo destino. E após rodar por clubes como Pelotas e Penapolense, um retorno à capital paulista recolocou sua carreira nos trilhos.

Em 2013, o zagueiro chegou ao Juventus da Mooca, mesmo que sem a certeza de que seguiria: “Tudo foi um teste, não bastou o meu currículo. Passei, fui bem e o treinador, Celinho, gostou muito do meu futebol e me deu a faixa de capitão.”

Maurício seguiu no clube em 2014 e esteve próximo de mudar de equipe. No entanto, uma proposta do exterior mudou seus planos da zona leste da capital paulista para a região do Algarve, em Portugal, onde jogou no Portimonense. Segundo ele, a grande diferença não foi o nível médio de enfrentamento, mas sim a qualidade de vida e a possibilidade de encarar equipes B de grandes do país.

Foi nessa linha que uma nova porta se abriu para Maurício: a do Porto B. O defensor exaltou a oportunidade, contando o trabalho ao lado de um antigo conhecido da torcida do Botafogo.

Maurício Antônio teve passagem vitoriosa pelo Urawa Reds - Divulgação
Maurício Antônio teve passagem vitoriosa pelo Urawa Reds – Divulgação

“O meu treinador era o Luís Castro. Fomos bem, no meio da temporada a gente estava em primeiro, eu estava me destacando, e comecei a receber propostas da primeira divisão. O Porto, na época, me ofereceu uma renovação de contrato, de quatro anos, que cobria qualquer proposta financeira, só que eu iria continuar no elenco B. Eu até cheguei a ir para dois dois jogos no banco do time A, sendo um deles na Copa, em que eu teria oportunidade. Só no primeiro tempo já estávamos perdendo de 2 a 0, então teve jeito: não entrei.”

Maurício fala com bom humor, mas confirma que esse episódio foi determinante para ele olhar com bons olhos à proposta do Marítimo. E, pelo clube da Ilha Madeira, viveu seu grande momento no Velho Continente, com direito a classificação para a Liga Europa.

A fase o abriu portas, que culminaram em uma mudança de ares para o Japão, para defender o Urawa Reds. Na Terra do Sol Nascente, chegou ao momento de maior badalação, ao vencer a Champions League da Ásia e ser o artilheiro do Mundial de Clubes de 2017, anotando dois gols, assim como Cristiano Ronaldo, que defendia Real Madrid, e Romarinho, à época no Al-Jazira.

Causo com Lucas, admiração por CR7 e futuro

Conviver com grandes nomes do futebol se tornou algo natural na carreira do zagueiro. Desde os tempos de categoria de base do São Paulo, sua realidade foi dividir espaço com figuras que se tornariam reconhecidos a nível global.

Com o meia-atacante Lucas Moura não foi diferente. Inclusive, durante a entrevista, Maurício chegou a contar um de seus “causos” ao lado do jogador que atualmente faz sua segunda passagem pelo Tricolor Paulista.

“A gente estava concentrado em dezembro, antes de disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior e eu e ele combinamos de levar fogos para o CT de Cotia. Na virada, soltamos escondidos, os seguranças vieram achando que era invasão e chamaram a polícia. Ele vai lembrar disso com certeza. Tomamos uma durinha, mas foi engraçado”, falou em meio a risos.

Outro momento em que esteve ao lado de uma famosa figura foi há poucos anos. Enquanto atuou pelo Al-Batin, da Arábia Saudita, o zagueiro enfrentou Cristiano Ronaldo, que havia chegado recentemente ao Al-Nassr.

Ele conta que tentou conversar com o português, mas o resultado parcial da partida, que era de vitória para o Batin até os acréscimos, impediu seus planos. Mas, ainda assim, o momento ficou guardado em sua memória de maneira especial.

Maurício Antônio enfrentou Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita - Arquivo Pessoal
Maurício Antônio enfrentou Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita – Arquivo Pessoal

“Eu nunca fui um cara que fiquei nervoso de jogar contra algum jogador, Mas com o Cristiano Ronaldo eu confesso que foi marcante. Quando a gente perfilou antes de entrar em campo, eu fiquei olhando para ele e falei: ‘Caramba, é o Cristiano Ronaldo.’ Foi muito especial”, relatou.

“Ele estava bravo, porque eles estavam perdendo, tentei trocar ali em campo, mas ele não deu moral. Depois contei que morei na Ilha da Madeira, onde ele nasceu, e ele foi bem receptivo”, complementou.

Já experiente, com 32 anos, o zagueiro, que tem o português Ricardo Carvalho como sua referência, procura um novo clube. Entretanto, uma nova jornada para um destino exótico não aparece em seus planos. “Um objetivo pessoal que ainda tenho é jogar uma temporada inteira na Série A do Campeonato Brasileiro, um projeto bom me seduziria muito. Outra coisa que almejo é jogar nos Estados Unidos. Seria incrível juntar uma cidade legal, com boa estrutura para minha família, e, claro, uma condição financeira que me atraia para sair do conforto que é o Brasil.”

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