Fifa quer limitar idade de cartolas e revelar seus salários
Reforma que será votada em fevereiro de 2016 pretende acabar com os longos reinados e exigir maior transparência na entidade
Vivendo a pior crise de sua história, a Fifa apresentará uma proposta de reforma completa de sua constituição, que visa limitar de idade de seus dirigentes, revelar seus salários e acabar com o Comitê Executivo. Os planos foram feitos pelo comitê de reforma da Fifa, chefiado pelo suíço François Carrard, e um conjunto completo de propostas será produzido no próximo encontro do comitê, em dezembro. A proposta será votada em fevereiro de 2016 e pode representar a maior mudança na organização da entidade em 111 anos.
A reunião desta terça-feira, que discutiu a reforma, foi a primeira desde 1998 sem a presença de Joseph Blatter, o presidente suspenso por 90 dias por denúncias de corrupção. Pela proposta apresentada, dirigentes da Fifa não poderão ficar mais de doze anos como presidente da Fifa. A idade máxima para um cartola seria de 74 anos e ele seria obrigado a divulgar seu salário mensal. Os autores da mudança querem o fim dos reinados longos, como o do brasileiro João Havelange, de 24 anos, e do suíço Blatter, de 17 anos.
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Outra medida será o fim do Comitê Executivo, hoje composto por 24 pessoas e que é o verdadeiro governo do futebol mundial. A partir de 2016, a Fifa terá apenas um Conselho, com membros eleitos por todas as 209 federações nacionais. Todos ainda teriam de passar por um exame de suas integridades, uma espécie de “Ficha Limpa”, com verificações se contam ou não com investigações contra eles.
Ao Conselho seria adicionado um Comitê Técnico, o que permitiria separar o lado político da gestão administrativa da entidade. A meta da reforma é dar à Fifa uma “organização mais transparente”. Haveria ainda um comitê independente que teria o controle sobre as finanças da entidade e com a função de elaborar orçamentos.
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Outra medida anunciada é a publicação de todos os salários na Fifa, do presidente ao seus dirigentes e funcionários, inclusive do secretário-geral. Os vencimentos terão de ser aprovados por auditorias independentes. O chefe do comitê de reforma, François Carrard, já havia adotado a medida no Comitê Olímpico Internacional (COI), onde trabalhou por 14 anos como diretor-geral.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)