Madiba tinha boa aptidão esportiva – uma das modalidades preferidas do algoz do regime racista sul-africano era o boxe
A última aparição pública de Nelson Mandela, morto nesta quinta-feira, aos 95 anos, aconteceu a poucos instantes da final da última Copa do Mundo, em 2010. Não fosse por Mandela, aliás, o torneio dificilmente teria chegado à África do Sul, primeiro país do continente a sediar o evento. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que a entidade está de luto pelo ex-presidente sul-africano. Ainda não se sabe se haverá algum tipo de homenagem a Madiba no sorteio dos grupos da Copa de 2014, na sexta, na Costa do Sauípe, na Bahia. Na próxima rodada de partidas internacionais, porém, haverá um minuto de silêncio em homenagem ao herói do fim do apartheid. Por coincidência, o Brasil estará envolvido nesse tributo. A única data do calendário Fifa antes do Mundial prevê um amistoso entre a seleção brasileira e a África do Sul – e o palco da partida será justamente o estádio Soccer City, onde Mandela acenou para o público pela última vez, transportado num carrinho de golfe e sentado ao lado da mulher, Graça Machel.
Publicidade
Blatter, que o recebeu na saída do gramado naquela noite, divulgou uma nota oficial em nome da Fifa, classificando Mandela como “uma pessoa extraordinária, um dos grandes humanistas de nosso tempo e um querido amigo meu”. De acordo com Blatter, Mandela “acreditava no extraordinário poder do futebol para unir as pessoas na paz e na amizade”. “Quando ele foi homenageado e aplaudido pela multidão no Soccer City em 11 de julho de 2010, foi um dos momentos mais emocionantes que eu já vivi. Para ele, a Copa do Mundo na África foi um sonho transformado em realidade”. De acordo com o cartola, “como manifestação de respeito e luto”, todas as bandeiras dos países filiados à Fifa serão baixadas a meio mastro na sede da entidade, em Zurique. Além de ter ajudado a levar a Copa à África, Mandela tem outra história notável com o esporte – seu papel no Mundial de rúgbi realizado no país, evento usado por ele para tentar estimular a união de brancos e negros na transição pós-apartheid. Madiba, por sinal, tinha boa aptidão esportiva – uma das modalidades preferidas do algoz do regime racista sul-africano era o boxe.