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Felipão volta ao Palmeiras motivado e diz que 7 a 1 é passado

Apresentado na Academia de Futebol, treinador gaúcho disse que recusou propostas de seleções para retornar ao Palmeiras

Luiz Felipe Scolari está de volta ao Palmeiras. O treinador gaúcho de 69 anos foi apresentando nesta sexta-feira na Academia de Futebol e mostrou que segue com a língua afiada. Anunciado com “muita convicção e otimismo” pelo presidente Maurício Galiotte, Felipão se disse motivado e convicto de que o time pode conquistar títulos. Falou sobre os “camarões” que a atual situação financeira do clube pode lhe proporcionar e sobre um possível trauma do 7 a 1 – neste caso, sobrou até para o atual técnico da seleção, Tite.

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Scolari contou que foi acordado na madrugada, em Portugal, para receber o convite. Ele disse ter recusado propostas de “duas ou três seleções” para retornar ao Palmeiras. “Estava dormindo, lá em Cascais, era madrugada, quando o Alexandre Mattos conversou comigo. Fiquei um pouco assustado, como acontece quando ligam de madrugada. Depois é que me dei conta e vi a possibilidade. (…) Conversei com a família, porque tínhamos outro planejamento, mas depois pensei na identificação que tenho com o clube, a torcida.”

Questionado sobre as marcas da derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa de 2014, em sua carreira, Felipão desconversou num primeiro momento.  “Situação nenhuma me chateia… 7 a 1, 0 a 0, 5 a 1, isso não me afeta em nada, mas pode afetar minha família…” Questionado novamente sobre o tema, Felipão lembrou o pentacampeonato com a seleção em 2002 – e deu uma alfinetada em Tite, seu antigo pupilo e atual desafeto.

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“Não sei como serei lembrado e não vou discutir nada. O último título mundial do Brasil foi em 2002, eu estava lá. E o último derrotado no Mundial não fui eu. Já passou, (o 7 a 1)aconteceu e não tem o que discutir. Mas acho que sou lembrado muito e com muito carinho pelos torcedores por tudo aquilo que fiz na carreira e como pessoa, não por um ou outro resultado. Ando em qualquer lugar do mundo sem a dificuldade de pensar em uma derrota, que não foi normal, mas aconteceu. Não fico pensando nisso, como não penso em 2002. Não perdi sozinho em 2014 e não ganhei sozinho em 2002.”

Sobre a famosa frase dos “camarões” (como chamou os atletas de renome que não pôde contratar em sua última passagem pelo clube, entre 2011 e 2012), Felipão garantiu que prefere trabalhar com estrelas. “Camarão em excesso não faz mal, eu gosto. Se tivesse camarão em casa todo dia eu comeria, mas é muito caro, não dá”, brincou. E falou com otimismo sobre a atual realidade financeira do clube – mas ressaltou que há grande concorrência.

“Na última oportunidade, éramos uma equipe itinerante. Jogávamos em Barueri, Presidente Prudente… Hoje temos um estádio maravilhoso e uma estrutura que só vi no Chelsea. É espetacular tudo o que o Palmeiras pode dar aos seus jogadores. O elenco é muito bom, mas outros clubes também têm. Hoje o Palmeiras contrata e vende, antes tínhamos uma dificuldade financeira muito grande, mas mesmo assim conseguimos conquistar a Copa do Brasil. Tínhamos mil e uma dificuldades, hoje só temos algumas.”

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O experiente treinador também evitou falar sobre uma possível reedição dos duelos contra o Corinthians na Libertadores – caso os rivais passem pelas oitavas de final, se encontrarão na fase seguinte. “Só posso falar sobre o Cerro Porteño, não podemos projetar nada lá na frente, é passo a passo. É o primeiro passo é domingo contra o América Mineiro, pelo Brasileiro.”

Felipão ressaltou que espera comprometimento dos atletas e disse que não se incomodará em “blindá-los” se necessário.  “Ninguém nasceu jogador de futebol palmeirense, mas eles têm um contrato, e devem gostar desse trabalho e dessa camisa. Vamos ter de demonstrar vontade em todos os momentos. Vou respaldá-los de qualquer coisa, desde que veja nos olhos dos meus jogadores que posso ter esse retorno.”

O treinador revelou ainda que seu histórico auxiliar Flávio Teixeira, o Murtosa, está resolvendo problemas particular e por isso não faz parte da comissão técnica no momento. Em três passagens, Felipão dirigiu o Palmeiras em 408 partidas, com 192 vitórias, 111 empates e 105 derrotas. Conquistou na primeira passagem, entre 1997 e 2000, a Copa do Brasil e a Copa Mercosul em 1998, a Libertadores de 1999 e o Torneio Rio-São Paulo de 2000. Já na segunda, iniciada em 2010, ganhou a Copa do Brasil de 2012 pouco depois de ser demitido – já sem ele, o clube terminaria rebaixado do Brasileirão. Antes do retorno ao clube, ele estava na China, onde dirigiu o Guangzhou Evergrande por dois anos e meio, com sete títulos conquistados.

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