Felipão valoriza os oponentes, mas aprova grupo do Brasil
Comissão técnica da seleção brasileira ficou satisfeita com chave com Croácia, México e Camarões. Mas Parreira alerta desde já para o nervosismo da estreia
Se a seleção brasileira aprovou seu grupo na Copa, os adversários tiveram reações distintas. O técnico croata diz que é um sonho; o de Camarões, um pesadelo
Para o Brasil, foi a primeira vitória na Copa do Mundo de 2014. O sorteio dos grupos, que colocou Croácia, México e Camarões no caminho da seleção, deixou a comissão técnica muito satisfeita. Segundo Luiz Felipe Scolari, foi um grupo na medida para o Brasil começar bem o Mundial – não tão forte (com o o que juntou Uruguai, Itália e Inglaterra), não tão fraco (como o da Argentina, que pegará Bósnia, Irã e Nigéria). Felipão tratou de elogiar os adversários, tentando garantir que sua equipe não encare a primeira fase como uma mera formalidade no caminho até as partidas eliminatórias. “Não tem grupo fácil, e o sorteio mostrou isso. A gente precisa jogar e passar. Só será fácil se jogarmos bem”, avisou. “Se estivéssemos em outro grupo, com seleções mais fortes, seria preciso jogar como se fosse final de Copa desde o primeiro jogo. De qualquer forma, é importante começar bem.”
Felipão fez uma avaliação generosa dos três primeiros obstáculos no caminho do Brasil. “Os croatas têm um futebol bonito, bem jogado. Camarões já conseguiu algumas proezas, já aprontou em outras épocas. É bom a gente ficar muito atento. E o México é um adversário muito difícil para nós.” O treinador acredita que jogar a partida de abertura contra uma equipe europeia é uma vantagem, “pois leva um tempo até que eles estejam adaptados ao país”. Questionado sobre a possibilidade de cruzar com Espanha ou Holanda logo nas oitavas, Felipão rejeitou previsões além da primeira fase. “Se pensarmos lá na frente, deixamos de lado os nossos adversários do início. Não me preocupo com essas hipóteses agora, pois quem se preocupa já com a segunda fase acaba esquecendo da primeira. Primeiro vamos nos preocupar com o nosso grupo, e só depois vamos ver o que fazer mais adiante.”
Carlos Alberto Parreira acompanhou o sorteio ao lado de Felipão – e o coordenador técnico do Brasil acha que a partida de estreia contra os croatas será decisiva para as pretensões do Brasil na Copa. “O primeiro jogo sempre traz grande expectativa. A carga de emoção é muito grande. Se você ganha o primeiro jogo, dá uma respirada e também é um passo enorme para classificar”, explica ele, que comandava o Brasil na Copa de 2006, quando a seleção também estreou contra a Croácia (vitória por 1 a 0, gol de Kaká, em Berlim). “Foi um jogo bastante equilibrado. E a Croácia ainda tem alguns jogadores daquela época. O ataque, por exemplo, é muito bom. De qualquer forma, precisamos nos preparar para ganhar a Copa sem pensar em quais serão os adversários.” De acordo com Parreira, a seleção voltará à sua concentração, na Granja Comary, depois de cada um de seus compromissos na primeira fase. “São cinco dias entre um jogo e outro, dá para recuperar bem o time.”
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Se a seleção brasileira aprovou seu grupo na Copa, os adversários tiveram reações distintas. O croata Niko Kovac admitiu que a tarefa de abrir o Mundial contra os anfitriões é espinhosa, mas enxerga na partida uma boa oportunidade de chocar o mundo. “Será um prazer fazer esse jogo. É um sonho, pois o mundo inteiro estará olhando para nós. Somos um país pequeno, o Brasil é gigante, mas podemos aprontar uma surpresa. Veremos o que acontece.” Já o alemão Volker Finke, que treina a equipe de Camarões, não encontrou aspectos tão positivos na inclusão de seu time na chave do Brasil. Segundo ele, os jogos decisivos são contra México e Croácia. E a partida contra os donos da casa? Bem, esse é quase derrota certa, lamentou ele. “Não é um jogo difícil. Difícil é contra os outros. Contra o Brasil, ninguém espera que a gente consiga vencer.” Assim como o croata Kovac, porém, o técnico de Camarões reconhece que jogar contra os donos da casa desperta uma motivação diferente. “É muito emocionante.”