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Felipão revela mágoa com Tite e conta por que não o atendeu

Técnicos sempre foram muito próximos, mas relação se quebrou após denúncia de irmão de Tite, não desmentida pelo atual treinador da seleção brasileira

O técnico Luiz Felipe Scolari revelou estar magoado com Tite e justificou o fato de não ter respondido aos recentes e-mails do atual treinador da seleção brasileira. A relação entre os dois se deteriorou a partir de 2010, quando Felipão dirigia o Palmeiras e Tite o Corinthians. Uma declaração de Miro Bachi, irmão de Tite, foi tratada por Scolari como ingratidão.

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“Você acha isso correto de quem tu conhece há 30 anos, de quem te abriu todas as portas? Quem te deu a oportunidade de ser jogador do Caxias, de começar na carreira e arranjar lugares fora do Brasil para trabalhar? Essa é a gratidão?”, questionou Felipão em trecho de entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, que irá ao ar nesta terça-feira.

Felipão, que está desempregado desde que deixou o Guangzhou Evergrande, da China, em novembro, se referiu às declarações do irmão de Tite na biografia do treinador da seleção. Miro Bachi afirmou que Felipão “entregou” um jogo do Campeonato Brasileiro de 2010, entre Palmeiras e Fluminense, para prejudicar o Corinthians de Tite, que brigava pelo título.

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“O Felipe é malandragem, é ganhar de qualquer jeito. É um cara de família e eu admiro ele por isso. Mas entra em campo e esquece da vida. Ali acabou a relação”, afirmou Miro no livro Tite, escrito pela jornalista Camila Mattoso e lançado em 2016. Tite jamais confirmou a versão do irmão – tampouco negou e disse apenas que Miro era responsável pelo que disse.

“Gratidão eu tenho pelo início, por conselhos e orientações. Depois desse jogo de 2010, passou a ser uma relação profissional. Não perdi a gratidão, mas eu comecei a ver com outros olhos”, afirmou Tite, também em sua biografia. “Eu também”, afirmou Felipão à ESPN, antes de dizer que “gratidão é uma palavra que não existe mais”.

Os dois se conhecem desde a década de 70, quando Felipão era jogador e treinador do Caxias e levou o atual técnico da seleção, então um promissor meio-campista, para atuar na equipe – foi o próprio Felipão quem deu o apelido “Tite” ao jovem Adenor, ao confundi-lo com outro garoto.

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Ainda na entrevista à ESPN Brasil, Felipão disse que não respondeu aos recentes contatos de Tite, pois também não foi atendido no passado. “Por que eu tenho que atender se quando eu solicitei (uma conversa) eu não fui atendido? Nem ouviu o porquê daquilo. Então tá bom!”, disse. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Tite disse que tentou contato com o treinador pentacampeão em 2002.  “Não foi possível. Tentei contato por e-mail duas vezes e não obtive resposta, aí vi que não ia ter diálogo e desisti”.

Meses depois da partida de 2010, vitória do Fluminense sobre o Palmeiras por 2 a 1, Felipão e Tite bateram boca na semifinal do Paulista de 2011, vencida pelo Corinthians. Na ocasião, Tite foi flagrado pelas câmeras dizendo que o rival “fala muito!”, termo que ficou bastante marcado na época. Eles seguiram se cumprimentando nos jogos seguintes, mas estava claro que a relação não era a mesma.

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