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Favoritismo, G. Jesus e até Kahn: seleção recupera a autoestima

Vitória sobre a Alemanha empolgou a torcida brasileira em Berlim e animou atletas e comissão técnica no último teste antes da convocação para a Copa

É verdade que era um amistoso de preparação para a Copa do Mundo e as equipes não estavam com força máxima, mas a vitória sobre a Alemanha por 1 a 0, nesta terça-feira em Berlim, fez a seleção brasileira recuperar a confiança, quase quatro anos após a o vexame do 7 a 1 em 2014. A volta da “autoestima”, termo usado pelo próprio técnico Tite na entrevista pós-jogo, pôde ser notada em diversos personagens da partida, como no atacante Gabriel Jesus, autor do único gol da noite. Mas, antes mesmo da partida, os torcedores brasileiros já tentavam deixar no passado a goleada sofrida no Mineirão e cantavam músicas lembrando de momentos mais felizes, como a conquista do pentacampeonato em 2002, em cima do mesmo adversário.

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Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018

“Five times, five times, just Brazil, just Brazil… Thank you, Oliver Kahn” (Cinco vezes, cinco vezes, só o Brasil, só o Brasil… Obrigado, Oliver Kahn”), era o verso repetido pelos brasileiros em frente ao estádio Olímpico, cantado em inglês para que os alemães pudesse entender. Uma referência à falha do ex-goleiro da Alemanha na final da Copa do Japão há 16 anos, quando Ronaldo fez dois gols na vitória por 2 a 0. A provocação foi encarada com bom humor pelos donos da casa, que tiravam fotos e faziam vídeos da festa verde e amarela, tudo em um clima de respeito e paz.

Gabriel Jesus aliviado

Dentro de campo, Gabriel Jesus voltou a balançar as redes pela seleção e mostrou que pode ser importante na briga pelo hexa no Mundial da Rússia, mesmo tendo como sombra na reserva Roberto Firmino, em ótima fase no Liverpool. Após a partida, o atacante do Manchester City comemorou a vitória e a entrega do time (apesar de ter dito que não fez uma de suas melhores partidas) e admitiu que temeu perder espaço após a lesão no joelho no final do ano passado, que o afastou dois meses dos gramados

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“Muito feliz, orgulhoso, porque a gente merece. Não só se tratando do gol, mas também da vitória, sair daqui vitorioso. Eu, particularmente, fiquei bem abalado, teve um choque mesmo. Foi a minha primeira lesão, e também por ter acontecido no meu início de trajetória dentro do meu novo clube. Também fico muito feliz com a atual temporada do Firmino, porque isso me dá forças para continuar treinando e jogando ainda mais forte. Digo isso porque ele está ali pronto para ser titular. Se acontecer de o Firmino ser titular, vou torcer e apoiar do mesmo jeito”, disse Gabriel, na zona mista do estádio.

Outros jogadores também saíram do amistoso em Berlim com a confiança em alta, como o zagueiro Thiago Silva, que voltou ao time titular na vitória sobre a Rússia por 3 a 0, na última sexta-feira em Moscou, e manteve a vaga nesta terça. O meia Willian também começou jogando nos dois duelos, foi bem e mostrou que está na disputa por uma vaga entre os 11. O atacante Douglas Costa foi outro que saiu em alta e praticamente se garantiu na lista de convocados para a Copa. Além das atuações individuais, o desempenho coletivo do time na ausência do lesionado Neymar, a principal estrela do Brasil, também foi motivo de destaques. Por isso, a vitória sobre a Alemanha foi valorizada pela comissão técnica.

“Traz um sentimento de um pouquinho de resgate de autoestima. Tem esse componente sim, do orgulho próprio”, afirmou o técnico Tite, que acrescentou: “A agressividade na saída de bola adversária foi impressionante, com os homens de frente, os alas e articuladores. Isso me impressionou. No intervalo, tivemos cuidado para que não se desgastassem. Assim como a marcação do Kroos, que é o articulador para a bola chegar à frente”.

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Tite e Joachim Low se cumprimentam antes de amistoso entre Brasil e Alemanha, realizado no Estádio Olímpico de Berlim - 27/03/2018
Tite e Joachim Low se cumprimentam Fabrizio Bensch/Reuters

Elogios de Löw

A atuação do Brasil foi elogiada também pelo técnico da Alemanha, Joachim Löw, que admitiu que o que aconteceu em campo naquele 7 a 1 foi uma situação atípica. O treinador afirmou que a seleção brasileira é uma das equipes que carrega o favoritismo para conquistar o título na Copa do Mundo de 2018, que começa no dia 14 de junho.

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“Um dia como o Brasil passou na semifinal de 2014 foi diferente, eles ficaram desesperados, chocados após o 2 a 0. Agora, dá para ver que estão melhores para se defender coletivamente. O Tite disse para todos recuarem e ajudarem a defesa, e nisso eles estão mais disciplinados. Na frente, individualmente, eles são muito bons. Acho o Brasil muito perigoso. Eles são um dos favoritos ao título na Copa do Mundo, e há vários favoritos”, disse Löw.

O resultado positivo diante do “fantasma” de 2014 confirmou, de fato, a seleção como uma das principais candidatas na Copa. Nas arquibancadas do estádio Olímpico de Berlim e após a partida, a festa dos torcedores brasileiros na Alemanha, sempre regadas com muita cerveja, evidenciava a autoestima: “Agora é o hexa, agora é o hexa! Nos vemos em Moscou”, gritavam.

A caminhada do Brasil em busca do hexa na Rússia começa no dia 17 de junho, contra a Suíça, em Rostov do Don. Na fase de grupos, o time do técnico Tite também vai enfrentar Costa Rica, dia 22 em São Petersburgo, e Sérvia, dia 27 em Moscou. Antes disso, no período de preparação, a equipe faz amistosos contra Croácia e Áustria, nos dias 3 e 10 de junho, respectivamente.

 

 

 

 

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