Falta pouco: disputa pela Bola de Ouro 2021 segue sem um grande favorito
Prêmio será entregue em 29 de novembro e, ao contrário de anos anteriores, tem disputa bastante indefinida; compare os números dos candidatos
Tradicional e almejado, o prêmio Bola de Ouro, da revista France Football, voltará a ser entregue após um ano sem cerimônia em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. O melhor jogador do mundo no ano será conhecido no dia 29 de novembro, em um evento de gala em Paris, e não há – até o momento – nenhum grande favorito para levar o troféu. PLACAR tenta explicar as credenciais de cada um dos postulantes.
Assine a revista digital no app por apenas R$ 8,90/mês
O último a levar o prêmio foi Lionel Messi, em 2 de dezembro de 2019. Antes dele, só Luka Modric, um ano antes, ousou fazer frente a hegemonia disputada palmo a palmo com Cristiano Ronaldo. Há pouco mais de um mês antes da premiação, há bem mais do que o argentino e o português com credenciais. Confira os números dos principais candidatos em 2021:
Jorginho (Chelsea)
Melhor jogador da temporada 2020/21 na Europa para a Uefa, o volante ítalo-brasileiro não pode ficar de fora dos principais candidatos a vencer a Bola de Ouro. Aos 29 anos, o jogador teve o ano mais vitorioso de sua vida, com o título da Liga dos Campeões pelo Chelsea e da Eurocopa, pela Itália. Regente do meio-campo, Jorginho não acumula números expressivos no ano (quatro gols e uma assistência em 37 jogos), mas tem sua importância impressa na titularidade por clube e seleção. Caso vença o prêmio, será o primeiro melhor do mundo nascido no Brasil desde que Kaká venceu, em 2007.
Robert Lewandowski (Bayern de Munique)
Atual melhor jogador do mundo, o atacante polonês é forte nome para levar a Bola de Ouro para casa. Craque da equipe “dona” da Alemanha nos últimos anos, Lewandowski faz história com uma média de gols impressionante. Apenas neste ano, o camisa 9 já balançou a rede 50 vezes em 41 jogos (média de 1.2 gols por jogo), além das oito assistências. Contudo, a falta de títulos coletivos fora da Bundesliga pesa negativamente para o jogador.
Karim Benzema (Real Madrid)
Desde que Cristiano Ronaldo deixou o Real Madrid, Karim Benzema assumiu um protagonismo ainda maior e se colocou como um dos melhores jogadores do mundo. Goleador da equipe, o francês vai além e participa ativamente da criação fora da área e agora voltou à seleção, onde também ocupa posto importante. Em 2021, Karim atuou 46 vezes, marcou 32 gols e deu 12 passes para gol. Por outro lado, a briga pelo prêmio fica prejudicado por não ter levantado nenhum troféu, mas uma vitória na Nations League pode alçar o atleta a outro patamar.
N’Golo Kanté (Chelsea)
Intensidade, inteligência e primeiro passe são as três principais características de um baixinho de 1,68m que dominou o meio de campo do Chelsea no ano. Essencial no título da Champions League 2020/21, Kanté caiu nas graças dos torcedores dos Blues e é frequentemente ventilado como possível vencedor da próxima Bola de Ouro. Longe de ser goleador, N’Golo tem apenas um gol e uma assistência no ano, mas é volante que usa da inteligência e da intensidade para ocupar espaços com perfeição, o jogador também é importante nos primeiros passes das jogadas da equipe, o que o coloca como uma peça de sustentação. O que pode pesar negativamente ao atleta é a campanha decepcionante da França na última Euro e ter ficado de fora da lista para a disputa das finais da Nations League.
Neymar (Paris Saint-Germain)
Que o brasileiro é craque, não existem dúvidas. Habilidoso como sempre e cada vez mais um “camisa 10”, Neymar quando esteve em campo, quase sempre foi bem. As lesões, porém, se tornaram inimigas da continuidade do atleta, o que o deixou de fora de diversos compromissos no ano. Foram apenas 36 partidas, com 14 gols e 13 assistência, o que representa uma boa média de participações diretas. Por outro lado, a perda do Campeonato Francês e o vice-campeonato da Copa América pelo Brasil fazem que Neymar tenha apenas uma remota possibilidade de conquistar a Bola de Ouro.
Lionel Messi (Paris Saint-Germain)
Hexacampeão da Bola de Ouro, Messi e o prêmio têm uma história que arranca sorrisos do argentino. Agora de casa nova, Lionel tem o grande desafio de se adaptar ao PSG após uma vida de Barcelona, mas tem a seu favor uma trajetória admirável mesmo nos anos mais difíceis da equipe da Catalunha. Neste ano, o craque disputou 44 partidas e marcou 38 gols e 14 assistências, números que o condicionam, sim, à briga pela premiação. Além disso, Leo conquistou uma Copa do Rei pelo Barça e a histórica Copa América com a Argentina, em pleno Maracanã.
Kevin de Bruyne (Manchester City)
De Bruyne é outro jogador que deposita na Nations League a esperança da Bola de Ouro. Cérebro do Manchester City campeão inglês, o belga foi meio-campista e até atacante na temporada, mas também sofreu com jogos perdidos por motivos físicos. No ano, disputou 36 partidas, com 12 gols marcados e 10 assistências. Por outro lado, a decepção na Eurocopa com a Bélgica não permite cravar o atleta como um grande favorito ao prêmio.
Cristiano Ronaldo (Manchester United)
De volta ao Manchester United, Cristiano Ronaldo agora está no mesmo clube em que venceu sua primeira Bola de Ouro. Desde 2017 sem conquistar o prêmio, o português se agarra nos bons números mesmo por uma Juventus instável que perdeu a hegemonia no futebol italiano. Ainda que sem o vigor físico de anos atrás, o atacante fez 44 partidas em 2021, com 34 gols marcados e quatro assistências. Mas uma Copa da Itália não deve ser o suficiente para colocar o camisa 7 entre os grandes favoritos.
Romelu Lukaku (Chelsea)
Se o assunto é aliar força física à qualidade técnica, Lukaku é nome certo. Praticamente completo, o atacante belga faz história no cenário europeu e sustenta o sonho por um torneio vencido com sua seleção. No Chelsea para esta temporada, o jogador construiu seu ano na Inter de Milão, local em que desbancou a Juventus e venceu o Campeonato Italiano. Muito além da bola na rede, Romelu Lukaku tem 10 assistências na temporada, com 29 gols marcados em 46 partidas. Caso conquiste a Nations League, é um nome mais forte ainda para a bola dourada.
Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain)
Presente na mídia esportiva no início desta temporada, Mbappé é um jovem que não abre mão do protagonismo. Com 22 anos, o francês não quer ser sombra de Lionel Messi e Neymar no Paris Saint-Germain, o que quase rendeu uma transferência do atacante ao Real Madrid. Contudo, os números são vantajosos a ele, que anotou 33 gols e 11 assistências em 48 jogos neste ano, mas a falta de um troféu também pesa negativamente para Kylian.
Erling Haaland (Borussia Dortmund)
Apontado por muitos como um dos jogadores mais completos do mundo, Haaland tem um futuro difícil até de medir. Principal nome do Borussia Dortmund já aos 21 anos, o atacante norueguês conseguiu ser um incômodo para a artilharia de Lewandowski no futebol alemão, além de subir o nível da modesta seleção da Noruega. “Goldenboy” de 2020, o garoto tem apenas um título em 2021, a Copa da Alemanha, mas tem números que impressionam qualquer um: são 42 jogos, 41 gols e 10 assistências. Brilhante.