Ex-vice da Fifa tem medo de morrer, mas promete denunciar escândalo
Em Trinidad e Tobago, Jack Warner afirmou que “avalanche está por vir”
O trinitino Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa e um dos 14 indiciados pela Justiça dos Estados Unidos por corrupção no futebol, prometeu nesta quarta-feira que revelará novos fatos comprometedores sobre a entidade e seu presidente, Joseph Blatter. Em comunicado pela televisão em rede nacional, o membro do Parlamento de Trinidad e Tobago indicou que estaria recebendo ameaças, mas que não pretende se calar. “Eu realmente temo por minha vida. Mas nem mesmo a morte vai parar a avalanche que está por vir. Não há como voltar atrás. Vamos deixar as fichas caírem onde elas devem cair”, declarou Warner, em tom enigmático.
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“Não vou mais esconder segredos daqueles que realmente querem destruir o meu país”, disse o ex-ministro da Segurança Nacional de Trinidad e Tobago. Warner afirmou ter documentos e comprovantes que ligam funcionários da entidade, incluindo Blatter, às eleições de 2010, em Trinidad e Tobago. Naquele ano, Warner foi eleito com a maior votação do Parlamento nacional. Ele pretende entregar estes documentos à Justiça. “Eu peço desculpas por não ter revelado estas informações antes”.
Warner, de 72 anos, está entre os indiciados pelo FBI, mas não foi preso na semana passada em Zurique, porque estava afastado da Fifa e permaneceu em Trinidad e Tobago. Ex-presidente da Concacaf e ex-membro do Comitê Executivo da Fifa, ele responde a acusações de fraude, extorsão e lavagem de dinheiro. Dois dos seus filhos, Daryan e Daryl, não apenas confessaram acusações relacionadas como foram delatores das denúncias que abalaram a Fifa durante a investigação da Justiça americana. Warner poderá ser extraditado para ser preso nos Estados Unidos.
O trinitino deixou o futebol em 2011, para evitar punições da Fifa em um escândalo durante a eleição presidencial da Fifa naquele ano. “Eu reitero que sou inocente de qualquer acusação. Eu estou longe da política no futebol mundial para mergulhar na melhoria da vida neste país onde eu irei, se Deus quiser, morrer”, declarou Warner na semana passada, ao ser informado sobre as investigações.
(com Estadão Conteúdo)