Publicidade
Publicidade

Ex-namorada traída fala. Pistorius se complica ainda mais

Samantha Taylor disse que ele andava armado – e teve vários acessos de fúria

O testemunho de Samantha retratou um homem com temperamento forte e fanático por armas. De acordo com ela, o atleta tinha uma pistola 9mm ao alcance “o tempo todo”

O quinto dia do julgamento de Oscar Pistorius, nesta sexta-feira, foi marcado por declarações fortes e muita emoção no tribunal de Pretória. Os relatos de Samantha Taylor, ex-namorada do astro paralímpico, devem complicar ainda mais a situação dele, acusado de ter matado de forma premeditada a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, atingida por quatro tiros disparados pelo ídolo sul-africano em 14 de fevereiro de 2013. Emocionada, Samantha precisou interromper seu depoimento em diversas ocasiões para conter as lágrimas. Disse que o atleta biamputado sempre carregava um arma de fogo, que algumas vezes gritou raivosamente com ela, sua irmã e seus amigos, e que certa vez atirou para cima com uma arma através do teto solar do carro. A ex de Pistorius também confirmou que seu relacionamento com ele terminou quando o atleta a traiu com Reeva.

Publicidade

Leia também:

Vizinha ouviu mulher gritando antes de tiros de Pistorius

Outra vizinha de Pistorius confirma briga antes dos tiros

Continua após a publicidade

No primeiro dia de julgamento, Pistorius se diz inocente

Um ano depois, Pistorius escreve sobre a morte de Reeva

Samantha descreveu alguns dos hábitos do paratleta enquanto eles estavam namorando. Contou que ele sempre dormia com uma arma na cabeceira de sua cama ou junto às próteses que coloca no chão enquanto está deitado. As observações apontadas por ela entram em conflito direto com o relato de Pistorius, que atirou contra a porta do banheiro, atingindo Reeva. O testemunho de Samantha nesta sexta retratou um homem com temperamento forte e fanático por armas. De acordo com ela, o atleta tinha uma pistola 9mm ao alcance “o tempo todo”. A ex-namorada ainda relatou uma ocasião em que Pistorius foi parado por um policial por estar dirigindo acima do limite de velocidade. Segundo ela, o atleta apresentou um comportamento assustador ao se enfurecer com o policial. No episódio, aliás, Pistorius estava armado e foi inclusive advertido pelo policial de que a arma não poderia estar no banco do carro.

“Oscar gritou com o policial e disse que ele não deveria ter tocado na arma. Cerca de dois minutos depois, Oscar pegou a arma e atirou para cima, dentro do carro. Ele atirou porque estava muito bravo com o policial e achou engraçado irritá-lo. Ele riu depois do disparo”, contou Samantha, que começou a namorar Pistorius em 2011, que ela conheceu no ano anterior. Ela também descreveu outro incidente em qual Pistorius usou uma arma para ameaçar uma pessoa dentro de um carro – ele acreditava que estava sendo seguido por outro veículo enquanto voltava para casa. “Quando chegamos em sua casa, ele pulou para fora do carro com a arma e a apontou para a janela de alguém.” Outro trecho do depoimento que teve grande repercussão na África do Sul foi quando a ex-namorada foi questionada sobre o argumento usado pela defesa sobre Pistorius gritar com tom agudo quando está desesperado ou enfurecido – uma tentativa de descreditar os relatos das vizinhas que disseram ter ouvido uma mulher gritando antes dos tiros.

Publicidade

“Eu já vi Oscar muito ansioso em muitas ocasiões. Eu também o ouvi gritar muitas vezes comigo. Era o som de uma voz masculina”, garantiu Samantha, insistindo que jamais seria possível confundir a voz do atleta com a de uma mulher. Também nesta sexta, o médico Johan Stipp deu prosseguimento ao depoimento iniciado na quinta. Ele esteve na cena do crime logo depois de ouvir os tiros e contou que Pistorius disse desde o início que confundiu Reeva com um invasor em sua residência. Nesta sexta, Stipp admitiu que viu luzes acesas na casa do paratleta no momento dos tiros, mais uma contradição em relação à versão do acusado, que disse ter disparado contra a porta do banheiro onde estava a modelo enquanto as luzes do quarto estavam apagadas. Um segurança do condomínio onde Pistorius morava também foi ouvido. Ele contou como estava Pistorius quando ele chegou ao local do crime – segundo a testemunha, o atleta chorava muito, mas falava que “está tudo bem”.

(Com Estadão Conteúdo)

Continua após a publicidade

Publicidade