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Enriqueta Basilio: a pioneira do fogo olímpico

Primeira mulher a acender a pira morreu em 26 de outubro, de causas não reveladas, na Cidade do México

Os Jogos Olímpicos de 1968, no México, foram eternizados por alguns momentos indeléveis da história do esporte e da política mundiais — ali, na altitude de ar rarefeito, o americano Bob Beamon saltou a distância de 8,90 metros, impossíveis 55 centímetros a mais que a melhor marca anterior. No pódio dos 200 metros, Tommie Smith e John Carlos ergueram os punhos, marca registrada dos Panteras Negras, para protestar contra o racismo, enquanto as caixas de som ecoavam o hino dos Estados Unidos. Menos conhecido foi o evento de abertura da Olimpíada. Enriqueta Basilio, uma mexicana de 20 anos, especialista nos 400 metros e nos 80 metros com barreiras, acendeu a pira olímpica — e pela primeira vez uma mulher fora escolhida para o gesto inaugural. Um jornalista do The New York Times descreveu do seguinte modo aquele instante: “Os antigos gregos pareciam se mexer nos mausoléus, enfurecidos, porque nunca lhes permitiram que uma mulher se aproximasse dos Jogos”. Depois de Enriqueta, a segunda — e até agora a última — mulher a deflagrar as chamas do torneio foi a velocista australiana Cathy Freeman, em 2000. Enriqueta tinha 71 anos. Morreu em 26 de outubro, de causas não reveladas, na Cidade do México.

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Publicado em VEJA de 13 de novembro de 2019, edição nº 2660

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