Em estádio da Copa, faltam público e até água no vestiário
O Corinthians enfrentou o Vitória em Cuiabá diante de apenas 6.407 torcedores
Jogos com mandos alterados
Mané Garrincha (Brasília)
20/4: Flamengo 0 x 0 Goiás (19.012 torcedores)
3/5: Atlético-PR 2 x 3 Cruzeiro (12.093)
17/8: Botafogo 2 x 0 Fluminense (29.185)
10/9: Botafogo 2 x 4 São Paulo (24.857)
4/10: Fluminense 1 x 1 Bahia (9.746)
Arena Pantanal (Cuiabá)
18/5: Santos 1 x 2 Atlético-MG (18.683)
10/9: Goiás 1 x 0 Flamengo (38.405)
23/10: Corinthians 2 x 1 Vitória (6.407)
Arena da Amazônia (Manaus)
11/10: Botafogo 1 x 0 Corinthians (19.989)
25/10: Botafogo x Flamengo
A fórmula encontrada pelos cartolas e autoridades estaduais para tentar justificar a construção de arenas da Copa do Mundo em cidades sem grande tradição no futebol já parece estar se esgotando. Antes do Mundial, quando questionados sobre o uso futuro dos milion��rios estádios de Cuiabá, Manaus e Brasília, os dirigentes e políticos se uniam no mesmo discurso: as arenas atrairiam muitos eventos às cidades-sede e seriam capazes de cobrir suas despesas. Passados apenas três meses do fim da Copa, porém, há sinais de desgaste nesse argumento – como mostra o jogo entre Corinthians e Vitória, na quarta, na Arena Pantanal.
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A presença do segundo clube mais popular do país na cidade não foi suficiente para empolgar o torcedor de Cuiabá. Só 6.407 pagantes assistiram à partida, com renda bruta de 478.500 reais. Punido com a perda de um mando de campo por causa de uma briga entre seus torcedores, o Corinthians vendeu a organização do jogo por 1 milhão de reais. A empresa que levou o confronto à Arena Pantanal teve prejuízo de mais de meio milhão de reais. O clube paulista vinha liderando o ranking das melhores médias de torcedores do Brasileirão. Seu pior público do campeonato como mandante fez com que o São Paulo o superasse (27.856 a 27.800).
O horário da partida (18h30) e o alto preço dos ingressos (80 a 200 reais) foram apontados como causas do fracasso, além da chuva forte que castigou a capital de Mato Grosso na quarta. O Corinthians já não era mais novidade em Cuiabá, já que o time paulista enfrentou o Bragantino pela Copa do Brasil há menos de dois meses na Arena Pantanal, um estádio que tem capacidade para 44.000 pessoas. Se sobrou água caindo do céu, faltou nos encanamentos da arena, que recebeu quatro jogos da Copa (Chile x Austrália, Rússia x Coreia do Sul, Nigéria x Bósnia e Japão x Colômbia). Os times reclamaram das condições encontradas no local.
O técnico do Vitória, Ney Franco, se irritou: “Não tem água na pia, não tem água nos vestiários, os jogadores estão sem tomar banho. Fomos tratados como uma equipe amadora�”. Mano Menezes teve mais sorte, mas também lamentou o problema: �”Estava faltando água no banheiro dos atletas, mas tinha no da comissão técnica”, contou. “�É triste falar isso, mas é uma coisa esperada. Se a gente fecha nosso apartamento e ninguém vai lá, ele não fica bom. Você não cuida dos detalhes. É preciso buscar alternativas para o uso cotidiano do estádio. Caso contrário, �ele perde muito na manutenção. �O jogo tem que ser bem pensado e planejado. Nesse caso, foi em cima da hora e prejudicou a presença do público.”
(Com agência Gazeta Press)