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Em duelo de estilos, Guardiola tenta revanche contra Simeone

Treinadores se enfrentaram apenas quatro vezes e o argentino se deu melhor na Champions de 2015/16; hoje o catalão larga em vantagem

Atlético de Madri e Manchester City decidem nesta quarta-feira, 13, às 16h (de Brasília) uma vaga na semifinal da Liga dos Campeões. Em vantagem após vencer a ida por 1 a 0 no Etihad Stadium, o time inglês agora tentará completar a festa no Wanda Metropolitano. O jogo coloca frente à frente os treinadores Diego Simeone e Pep Guardiola, praticamente opostos em estilos. O único mata-mata de Champions entre eles ocorreu na temporada 2015/16, quando o clube espanhol, do técnico argentino, eliminou o Bayern de Munique, do catalão, nas semifinais. Haverá revanche para Guardiola?

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Simeone e Guardiola são contemporâneos (ambos têm 51 anos) e se conhecem há bastante tempo. Foram bons volantes com Copas do Mundo no currículo e passagens históricas pelo futebol europeu. Como atleta, suas diferenças já eram evidentes: enquanto Guardiola, ídolo do Barcelona, era mais adepto da posse de bola, um jogo mais curto e cadenciado, Simeone, estrela de Atlético de Madri, Lazio e Inter de Milão, esbanjava vigor físico (além de boa técnica) e tinha um estilo mais combativo. As marcas foram transportaram para a nova profissão.

O confronto desta terça ganhou maior tensão depois do jogo de ida, em que o City martelou, martelou e venceu no fim, com um gol do belga Kevin De Bruyne. Guardiola, adepto de um futebol que busca dominar o adversário pela posse de bola, se disse surpreso com o esquema excessivamente defensivo adotado pelo adversário. “Pensamos que eles jogariam num 5-3-2, mas logo ele ajustou para um 5-5-0. Seja na pré-história, hoje ou daqui 100.000 anos, será sempre difícil atacar contra um 5-5-0, não há espaços.” Por serem rivais históricos, a fala repercutiu e as interpretações foram variadas.

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O esquema defensivo do Atlético de Madri diante do Manchester City
O esquema defensivo do Atlético de Madri diante do Manchester City

Simeone também rasgou elogios à equipe do City. O argentino exaltou o modelo de jogo e a regularidade do adversário. “Eles jogam de maneira extraordinária e propõem um jogo muito colaborativo.” Além disso, citou que, possivelmente, Guardiola treina a melhor equipe do mundo.

Enquanto Guardiola preza por um futebol mais ofensivo e tem a bola sempre como protagonista, Simeone enxerga diferente. Adaptável ao adversário, o argentino muitas vezes monta um sistema defensivo que é o ponto mais forte de seus times. E apesar dos poucos confrontos diretos, já que Guardiola deixou a liga espanhola em 2013, Pep é um dos responsáveis pelo estilo de jogo do Barcelona, que tanto disputou com o Atlético de Madri do ex-volante.

Apesar de ser considerado ofensivo, os times de Guardiola são, historicamente, muito consistentes na defesa, justamente por ter a bola. Em nove das ligas nacionais que disputou, o treinador teve oito vezes a defesa menos vazada e, nesta edição, também lidera o ranking defensivo. Quando questionado sobre esse dado, o catalão respondeu: “Nós defendemos com a bola. A melhor maneira de se defender é assim, o adversário precisa da posse para fazer o gol.”

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Do outro lado do confronto, os times de Simeone divergem das ideias de Guardiola, apesar de não ser sempre um adepto imutável do futebol defensivo. Campeão espanhol na última temporada, o Atlético teve o segundo melhor ataque (67 gols marcados) e a melhor defesa (25 gols sofridos), além de ter criado 83 grandes chances em 38 rodadas. Porém, contra times com maior nível técnico, o argentino busca abaixar as linhas de marcação e defender a área. Desse modo, chegou em duas finais de Liga dos Campeões, a 2013/14 e 2015/16.

Em quatro confrontos na história, Guardiola venceu três e Simeone uma, mas o triunfo do argentino foi, sem dúvidas, o mais saboroso. No primeiro duelo, pelo Campeonato Espanhol em 2012, o Barcelona venceu o Atlético por 2 a 1. Já em 2016, também nas quartas da Champions, o Atlético venceu o Bayern por 1 a 0, com golaço de Saúl, no jogo de ida, e foi derrotado por 2 a 1 em Munique, mas ficou com a vaga pelo critério do gol fora de casa (que não existe mais).

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