Em 2000, Rincón detonou diretoria do Corinthians e revelou time do coração
Ex-volante, que morreu nesta quarta-feira, falou a PLACAR logo após a polêmica transferência para o Santos depois de vencer o Mundial pelo Timão
Em razão de complicações causadas por um acidente de carro, o ex-jogador Freddy Rincón morreu na última quarta-feira, 13. Ídolo do Corinthians, o colombiano conversou com PLACAR em 2000, quando trocou o alvinegro da capital, recém-campeão do Mundial da Fifa, pelo Santos. Na entrevista, o volante abriu o coração quanto a idolatrias e amor pelos times em que jogou. “Se eu tivesse que beijar uma camisa, eu beijaria a do meu time desde criança, o Deportivo Cali”.
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Curiosamente, a morte do ex-volante aconteceu no mesmo dia de um Corinthians x Deportivo Cali, pela Libertadores – o Timão venceu por 1 a 0. Torcedor de infância do time colombiano, Rincón iniciou sua carreira no rival, América de Cali.
Após passar por Palmeiras e futebol europeu, Rincón chegou ao Corinthians e se identificou com a torcida. Em uma grande fase da equipe, foi um dos principais nomes dos títulos brasileiros de 1998 e 1999, além do Mundial de Clubes de 2000, quando levantou o troféu como capitão. Contudo, sua saída foi conturbada, como o mesmo relatou a Rodolfo Rodrigues, repórter da matéria de 22 anos atrás: “Só sai do Corinthians por causa da diretoria.”
Segundo o ex-jogador, a decisão de sair para jogar no Santos se deu por descumprimentos de acordos dos cartolas corintianos, entre eles o presidente Alberto Dualib e o diretor Carlos Nujud, o Nei. “Alguns pequenos detalhes foram me desanimando. No final, somei tudo e decidi sair. O importante é que o Corinthians me deve e eu não devo para ele”. Rincón afirmou ter pagado a multa rescisória de 1,5 milhão de dólares (2,7 milhões de reais na cotação da época) e que tinha a receber direito de imagem, de arena, salário de um mês e o prêmio da conquista do Mundial.
“O Corinthians poderia ter oferecido 10 milhões de dólares que eu não ficaria lá. Não quero que venham inventar problema com torcida ou companheiros. A única coisa que me fez sair do Corinthians foi a diretoria”, completou Rincón. Na época, o volante foi chamado de mercenário, mas afirmou a PLACAR que a torcida corintiana entendia o real motivo.
Apresentado ao Santos, Freddy não beijou o escudo do time. Quando questionado, o ex-meio-campista explicou por que e revelou para quem torce: “Se eu beijo uma camisa na apresentação, vou ter que beijar todas nas próximas. Você não sente amor por todo mundo. Se tivesse que beijar uma camisa, eu beijaria a do meu time de criança, o Deportivo Cali. Não vou beijar a do Santos e depois que sair daqui beijar outra”.