Edmílson desconfia de acordo com Ancelotti e aposta: ‘Diniz será efetivado’
Em entrevista à PLACAR, o pentacampeão disse que escolheria Pep Guardiola para ser treinador da seleção
Fernando Diniz realiza nesta semana, na próxima sexta-feira, 18, a sua primeira convocação como técnico da seleção brasileira. De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o treinador do Fluminense será mantido como interino até junho de 2024, quando Carlo Ancelotti, do Real Madrid, assumirá o posto. O ex-jogador Edmílson, pentacampeão em 2002, desconfia do acordo com o italiano e acredita que Diniz será efetivado no cargo.
“O Diniz está de interino, mas será efetivado. Ele vai ficar no cargo porque entende bastante o perfil do que é o jogo do Brasil. Posse de bola, sair jogando. Com os jogadores que ele terá na seleção brasileira, pode ter certeza que fará um grande trabalho”, afirmou Edmílson à PLACAR, durante o 1° Fórum Brasileiro ESG no Futebol, em São Paulo.
O ex-jogador de 47 anos também elogiou Ancelotti, mas com ressalvas. “Ele foi um excelente jogador, um craque. Jogou muito no Milan. Como treinador, foi vitorioso nos clubes que passou. Só acho que ele nunca demonstrou em uma entrevista o interesse de treinar a seleção brasileira. Há uma parte de insistência da CBF em trazê-lo. Mas é um grande treinador. Se ele viesse, seria uma grande conquista para a seleção.”
Apesar de o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues ter dado a contratação de Ancelotti como certa, o treinador italiano jamais confirmou a informação. Por ter contrato com o Real Madrid até junho de 2024, ele só pode assinar um pré-acordo com outra equipe a partir de janeiro.
Edmílson, que hoje é presidente do clube formador Ska, com sede em Santana de Parnaíba (SP), não se opõe à ideia de ter um treinador estrangeiro no cargo, mas enfatizou qual seria o seu nome ideal. “Eu traria o Pep Guardiola, pois ele revolucionou o futebol moderno. Mas como não houve possibilidade, acho que o Diniz é uma boa escolha”, afirmou.
Edmílson tampouco se empolga com a possibilidade de Abel Ferreira, o técnico português do Palmeiras, assumir a seleção brasileira. “O Abel tem uma certa liderança do que conquistou no Palmeiras. Um excelente gestor de vestiário. Bom técnico. Mas para este momento não. Se for para buscar alguém de fora tem que trazer o melhor porque a seleção brasileira é a melhor.”
Messi ou Ronaldinho?
Na entrevista, Edmílson falou sobre a carreira vitoriosa, em especial o título da Copa do Mundo de 2002. “O penta foi uma junção de coisas. Era uma geração que tinha os quatro principais jogadores brasileiros. Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos e Cafu tinham acabado de perder uma Copa e, mais o Ronaldinho Gaúcho, conseguimos fechar aquele grupo. O Felipão conseguiu quebrar as vaidades. Montamos um grupo muito sólido não só tecnicamente, mas também de ambiente.”
Vendido em 2000 pelo São Paulo ao Lyon, o atleta nascido em Taquaritinga (SP) superou todas as expectativas na França, com três títulos da Ligue 1. Em seguida, se transferiu para o Barcelona, onde se consagrou com o título da Champions League da temporada 2005/06, ao lado de Ronaldinho Gaúcho e Lionel Messi.
“Foi uma conquista muito importante porque fazia 14, 15 anos que o time não vencia uma Liga dos Campeões. Havia um tempo que o clube não ganhava o Campeonato Espanhol. Foi o começo de uma nova geração. Depois com a saída do Rijkaard e a chegada do Guardiola, o Barcelona criou uma proporção enorme com Messi, Iniesta e Xavi. Eu fico feliz por ter participado desta virada de chave no Barça”, se orgulha Edmílson.
Edmílson se disse feliz com o momento de Messi, campeão do mundo e curtindo o fim de carreira nos Estados Unidos. Ele diz que, desde o início de carreira, já era possível perceber que o argentino seria um grande jogador, mas não imaginava tamanho evolução.
“A gente observava que ele era um jogador diferenciado pela pouca idade, com 17 para 18 anos. O Messi era muito observador e aprendeu muito com a gente, na época, sobre comportamento, renúncias, treinamentos específicos para não se machucar. No início, teve lesões de estiramento na parte posterior. Víamos algo diferente na qualidade e no talento do Messi, mas eu particularmente não imaginava que viraria um jogador de tantas conquistas.”
Edmílson, no entanto, é direto ao apontar o melhor atleta com quem dividiu vestiário. “Ronaldinho Gaúcho. Vivi quatro anos com ele, na seleção, e no Barcelona, e o vi fazendo coisas excepcionais nos treinamentos e jogos.”