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Surfista Ítalo Ferreira conquista o 1º ouro do Brasil nos Jogos de Tóquio

Atleta potiguar de 27 anos o atual detentor do título mundial, tornou-se também o pioneiro do surfe no topo do pódio olímpico

O brasileiro Ítalo Ferreira, atual detentor do título mundial de surfe, é também o primeiro campeão olímpico da história da modalidade. O atleta de 27 anos, natural de Baía Formosa (RN), conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio, sem tomar conhecimento do japonês Kanoa Igarashi no agitado mar de Tsurigasaki, na região de Chiba, a cerca de 60 quilômetros da capital. O título veio na madrugada desta terça-feira, 27, com um placar contundente: 15.14 a 6.60.

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Gabriel Medina, derrotado pelo atleta da casa na semifinal, com direito a decisões controversas da arbitragem, encerrou sua participação com nova frustração, agora para o australiano Owen Wright, que ficou com o bronze. Ainda assim, com o êxito de Ítalo, o Brasil confirmou a expectativa de obter medalhas nas modalidades estreantes. No skate street, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal conquistaram a prata.

Em entrevista a VEJA ainda em 2020, antes do adiamento de um ano da Olimpíada, o atleta potiguar já colocava o ouro olímpico como sua grande meta. O topo do pódio veio com autoridade e emoção. “Eu vim com uma frase para o Japão. Diz amém que o ouro vem. E veio. Acreditei até o final, treinei muito nos últimos meses e Deus realizou meu sonho. Só posso agradecer por poder fazer o que amo, ajudar minha família”, disse, sem conseguir conter as lágrimas, em entrevista à Rede Globo. “Queria que minha avó estivesse viva para ver isso.”

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O calendário da modalidade estreante foi antecipado devido à aproximação de um tufão na costa japonesa e as ondas estavam mais fortes do que nos dias anteriores de disputa. A decisão começou dramática para o brasileiro, quando, logo na primeira onda, sua prancha rachou no meio e precisou ser trocada. Insatisfeito com a substituta, precisou recorrer a uma terceira opção.

No entanto, a partir daí, tudo deu errado para o japonês Kanoa Igarashi, que sofreu na escolha das ondas e viu o brasileiro encaixar uma sequência excelente de manobras e abrir uma vantagem inalcançável. Um minuto antes de o cronômetro zerar, Ítalo já comemorava, pois sabia que o atleta da casa não seria mais capaz de alcançá-lo. Nos braços de sua equipe e colegas do Time Brasil, Ítalo mostrou consciência do tamanho de seu feito e agradeceu pela energia positiva enviada do Brasil.

“Meu nome está escrito na história do surfe. Eu nem queria pegar a medalha, só queria dar um abraço em quem ficou em casa torcendo. Sei que é madrugada no Brasil, muitos devem estar cansados, mas agradeço muito pela torcida”, completou o primeiro campeão olímpico da história do surfe. Com isso, Ítalo, que surfou pela primeira vez usando uma caixa prancha feita de caixa de isopor pelo pai, consagrou no maior palco do esporte a chamada “brazilian storm” (tempestade brasileira), a geração que vem transformando o Brasil no novo país do surfe.

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