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Dorival explica fala irônica sobre ‘ter sorte’ após eliminar o Palmeiras

Treinador do São Paulo falou das dificuldades enfrentadas pelos técnicos brasileiros e pediu mais valorização; íntegra da entrevista está na edição de agosto de PLACAR

Dorival Júnior fugiu um pouco de seu estilo calmo e ponderado ao responder uma pergunta após eliminar o Palmeiras nas quartas de final da Copa do Brasil, em 13 de julho, no Allianz Parque. Irônico, o técnico do São Paulo disse na ocasião que continua “dando sorte”, exaltou o próprio currículo e fez uma defesa dos treinadores brasileiros. Em entrevista exclusiva que estará na edição de agosto de PLACAR, que chega às bancas no próximo dia 11 de agosto, o técnico conta o que quis dizer com o desabafo. Segundo ele, não se tratou de uma alfinetada no técnico rival, o português Abel Ferreira.

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“Primeiro que não pensei em momento nenhum na minha situação, não mesmo. Quando me referi a sorte é que nós, treinadores brasileiros, de repente, pode ser que tenhamos sorte. E volto a falar para vocês: eu nunca pedi reconhecimento de nada e de ninguém. Eu não conto com isso nos meus trabalhos. Eu tento fazer o melhor pelo meu clube, e o meu maior reconhecimento é ver jogadores te ligando, pedindo para você acertar com determinados clubes, jogadores reconhecendo a qualidade de seus trabalhos tecnicamente e taticamente falando, jogadores em grupo solicitando às diretorias a contratação do profissional. Isso para mim não tem preço”, disse Dorival.

“Quando eu abordei esse assunto, foi no sentido do profissional no Brasil. Por quê? Gente, nós convivemos com muitas situações que não existem em grandes clubes, principalmente nos grandes centros. Na Europa, principalmente. Nós lutamos muito para termos primeiro uma licença reconhecida, e até hoje não a temos. Nós lutamos muito para que pudéssemos ter o nosso espaço respeitado, e até hoje não acontece. Nós não temos nem a nossa profissão reconhecida dentro do nosso país. Até pouco tempo atrás não tínhamos um curso de formação. Cobravam que deveríamos ter, necessariamente, uma reciclagem, melhoria. Mas se você não tem como se formar, como vai buscar?”.

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Dorival queria brasileiro na seleção e preferia Guardiola a Ancelotti 

Uma voz ativa na busca pela união dos treinadores do país em prol da melhoria do futebol, Dorival valorizou profissionais que, segundo ele, “desbravaram” o mercado e não tiveram o reconhecimento necessário. Ele disse ainda que o futebol nacional pode perder sua essência pela saída excessiva de jovens jogadores ainda em estágio de formação para o exterior.

“E com tudo isso o treinador brasileiro sempre foi se virando. Sabe por quê? Porque fomos abrindo caminhos, fomos desbravando o mercado, e isso devemos muito aos profissionais que hoje já pararam, que foram bastante questionados, que talvez tenham tido pouco reconhecimento em razão de tudo o que fizeram pelo nosso futebol. As cinco vezes que nós ganhamos um título mundial foram com cinco profissionais brasileiros. Nós sempre tivemos os melhores jogadores do mundo e nem sempre ganhamos as muitas competições que disputamos. O treinador brasileiro sempre se formou pela força dele, pela busca dele, pelo entendimento de vestiários… sempre lutou por muitas coisas”, afirmou.

Nos próximos dias, PLACAR divulgará outros trechos da entrevista com Dorival Júnior, tanto no site quanto na PLACAR TV. Ele fala sobre a saída inesperada do Flamengo, os motivos para ter ficado quase cinco meses sem trabalhar, a falta de reconhecimento, mudanças necessárias no futebol do país, e muito mais. A íntegra da entrevista e a edição de agosto saem no dia 11.

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Edição 1502 chega nas bancas nesta sexta-feira - Reprodução/Placar
Edição 1502 chega nas bancas nesta sexta-feira – Reprodução/Placar
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