Deputado levantou taça do Corinthians; já o Bahia homenageou funcionário
Em Itaquera, Cauê Macris levantou a taça junto com o goleiro Cássio, sob olhares de Major Olímpio – que disse ter ganhado presente de Andrés Sánchez
As comemorações dos títulos paulista e baiano conquistados por Corinthians e Bahia tiveram protagonistas distintos neste domingo, 21. Em São Paulo, dois políticos participaram da festa corintiana após vitória de 2 a 1 sobre o São Paulo, em Itaquera; em Salvador, Adherbal Amaral, 81 anos, funcionário do Bahia há mais de quatro décadas e que luta contra um câncer, foi quem ajudou a levantar a taça de campeão baiano depois do triunfo de 1 a 0 diante do Bahia de Feira, na Fonte Nova.
O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Cauê Macris (PSDB), torcedor declarado do Corinthians, ergueu a taça o Campeonato Paulista ao lado do capitão Cássio, enquanto era aplaudido pelo senador Major Olímpio (PSL-SP), outro corintiano confesso, que também teve protagonismo na festa. Questionado no CT do clube nesta segunda-feira, 22, sobre o ocorrido, Cássio disse que não sabia quem era o homem encarregado de lhe passar o troféu.
Na Bahia, o clima era de homenagem. Adherbal Amaral, assistente administrativo do clube, foi chamado ao palco para erguer a taça do título baiano, com auxílio dos jogadores Lucas Fonseca e Gilberto.
“Dentro do elenco a gente não tem só um capitão e sim vários líderes. Todos exercem essa função de alguma forma ali dentro, jogando ou não. A gente sabe o quão importante Adherbal é na história do Bahia. Ninguém melhor do que ele para erguer esse troféu”, disse Lucas Fonseca após a conquista. Adherbal Amaral, que luta contra um câncer, se emocionou com a surpresa.
Dérbi Bolsonarista e ‘mimo’ de Andrés Sánchez
Meses depois de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) participar ativamente da festa do título do Campeonato Brasileiro do Palmeiras, outro famoso integrante do PSL, o senador Major Olímpio, roubou a cena na festa do título paulista do Corinthians.
No momento da entrega de medalhas aos jogadores corintianos, ele subiu ao palco vestindo uma camisa da seleção brasileira com número 17 (legenda do partido), em meio a outros cartolas da entidades. O senador, inclusive, ficou com uma das medalhas, que colocou no peito.
Segundo a assessoria de Olimpio, a medalha foi um mimo de Andrés Sánchez, presidente do Corinthians e ex-deputado federal pelo PT – além de amigo íntimo do ex-presidente Lula, maior rival dos bolsonaristas. O Corinthians não confirma a informação.
O estafe de Major Olímpio informou ainda que o convite para sua presença na festa corintiana foi feita pela Federação Paulista de Futebol, posição idêntica à do Corinthians. Procurada, a FPF não se pronunciou até o momento.
No ano passado, Olímpio, com a mesma camisa da seleção brasileira, também esteve na festa do título brasileiro do Palmeiras com Jair Bolsonaro. Palmeirense, o presidente foi convidado pela diretoria alviverde para comparecer aos camarotes e até vestiários do Allianz Parque; depois, convidado pela CBF, também ergueu a taça conquistada pelos atletas.
Quando era deputado federal, em 2015, Major Olímpio foi autor do Projeto de Lei que visava extinguir as torcidas organizadas. Agora, eleito senador, ele prometeu que seguirá lutando pelo fim das uniformizadas.