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Del Nero se licencia da CBF e deputado federal assume

Denunciado pelo FBI nesta quinta-feira, Del Nero se afastou do cargo para cuidar de sua defesa. Marcus Antônio Vicente será o presidente interino

A confirmação de seu nome entre os 16 novos dirigentes denunciados pelo governo americano por corrupção fez com que Marco Polo Del Nero deixasse a presidência da CBF. O dirigente paulista de 74 anos pediu licença do cargo para se dedicar à sua defesa, informou a CBF nesta quinta-feira, em comunicado. Seu substituto interino será o deputado federal Marcus Antônio Vicente, um de seus quatro vices e ex-presidente da Federação Capixaba de Futebol.

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Marcus Vicente, de 61 anos, foi eleito deputado federal pelo PP em 2014 com 45.000 votos e passou 20 anos na presidência da Federação do Espírito Santo. Ele é um dos integrantes da chamada “Bancada da Bola” e um dos quatro vices de Del Nero na CBF. Ele assumiu o cargo pois, na prática, Del Nero está apenas afastado. Caso o cartola renuncie à presidência, quem assumiria, segundo o estatuto da CBF, seria Delfim Pádua Peixoto Filho, seu vice mais velho e presidente da Federação Catarinense.

Nesta quinta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou formalmente Del Nero e o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito, em pronunciamento em Washington, na noite desta quinta-feira. Outros 14 executivos ligados à Fifa foram indiciados, incluindo Alfredo Hawit, presidente da Concacaf, e Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, presos em Zurique nesta manhã.

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Acusações – Na prática, o FBI apenas confirmou as suspeitas de que Del Nero e Teixeira são mesmo os co-conspiradores citados na primeira denúncia, feita em maio. A dupla e o também ex-presidente da CBF José Maria Marin são acusados de dividir propinas pagas pela Traffic, empresa do brasileiro J. Hawilla, um dos principais delatores do escândalo. Segundo o FBI, Hawilla concordou em pagar propinas anuais de 2 milhões de reais em direitos de transmissões da Copa do Brasil entre 2013 e 2022. D

e acordo com o documento divulgado nesta quinta, Teixeira, Del Nero e Marin também são acusado do recebimento de propinas pagas pela empresas TyC Sports e Datisa, pelos direitos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa América, respectivamente. Na manhã desta quinta, o Comitê de Ética da Fifa já havia incluido o nome de Marco Polo Del Nero entre os investigados por corrupção, em procedimentos abertos em 23 de novembro. O cartola renunciou a seu cargo no Comitê Executivo da Fifa em 26 de novembro, sendo substituído pelo vice-presidente da CBF e filho do ex-presidente José Sarney, Fernando Sarney.

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Abaixo, comunicado oficial da CBF:

“A Confederação Brasileira de Futebol vem a público informar, face às noticias veiculadas nesta data, que o Presidente Marco Polo Del Nero apresentou pedido de licença do cargo com a finalidade de dedicar-se à sua defesa, em vista de ter seu nome mencionado em acusações relatadas pela Justiça norte-americana e pelo Comitê de Ética da FIFA.

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Em nenhum dos procedimentos relatados foi conferida ciência ao Presidente do conteúdo das acusações, sendo certa sua absoluta convicção da comprovação de sua inocência, tão logo possa exercer os consagrados e constitucionais direitos ao contraditório e à ampla defesa.

Neste período de licença, o Presidente, em cumprimento às suas atribuições estatutárias, designa, interinamente, para o exercício da Presidência da CBF o Vice-Presidente Marcus Antônio Vicente.”

Marcus Antônio Vicente, dirigente da CBF
Marcus Antônio Vicente, dirigente da CBF VEJA

(Da redação)

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