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Del Nero e Teixeira são acusados de corrupção pelo FBI

Governo americano denunciou 16 cartolas, incluindo os presidentes da Conmebol e da Concacaf, presos nesta manhã em Zurique

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou formalmente o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito, em pronunciamento em Washington, na noite desta quinta-feira. Outros 14 executivos ligados à Fifa foram indiciados, incluindo Alfredo Hawit, presidente da Concacaf, e Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, presos em Zurique nesta manhã.

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Além de Del Nero, Teixeira, Hawit e Napout, foram indiciados, Ariel Alvarado, Rafael Callejas, Brayan Jiménez, Rafael Salguero, Héctor Trujillo, Reynaldo Vazquez, Manuel Burga, Carlos Chávez, Luís Chiriboga, Eduardo Deluca, José Luis Meiszner e Romer Osuna. Todos os dirigentes envolvidos no escândalo, incluindo outro ex-presidente da CBF, José Maria Marin, são suspeitos de participar de um esquema que desviou 200 milhões de dólares (quase 800 milhões de reais) de 1991 até hoje, informou a procuradora-geral da Justiça americana, Loretta Lynch, no início de seu pronunciamento.

Lynch deu a entender que novos nomes podem ser anunciados no futuro. “A mensagem desse indiciamento deveria deixar claro para todos os indivíduos culpados que querem permanecer nas sombras, esperando escapar da nossa investigação: você não ficará de fora. Você não escapará do nosso foco”, avisou. Novamente, o nome do presidente da Fifa, Joseph Blatter, não foi citado nas investigações do FBI.

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A procuradora Geral dos Estados Unidos Loretta Lynch, faz observações em uma coletiva de imprensa para anunciar uma ação de aplicação da lei relativa à FIFA, em Washington - 03/12/2015
A procuradora Geral dos Estados Unidos Loretta Lynch, faz observações em uma coletiva de imprensa para anunciar uma ação de aplicação da lei relativa à FIFA, em Washington – 03/12/2015 VEJA

Agora, os três últimos presidentes da CBF estão envolvidos na investigação do FBI. Del Nero não viaja ao exterior desde o fim de maio, quando voltou da Suíça para o Brasil depois das prisões de 11 dirigentes ligados à Fifa, entre eles José Maria Marin, que cumpre pena de prisão domiciliar em Nova York.

A constituição brasileira proíbe a extradição de seus cidadãos, a não ser em casos de tráfico de drogas ou crimes cometidos antes da aquisição de cidadania brasileira. No entanto, Lynch afirmou que o governo americano fará o possível para que todos os cartolas denunciados sejam punidos.

“Não temos acordos com todos os países, mas podemos, sim, fazer tudo que for possível para trazer essas pessoas perante nossa Justiça, e faremos tudo que estiver ao nosso alcance. Essa investigação é baseada nas evidências, temos diferentes caminhos para os inquéritos”, informou Lynch, antes de agradecer o governo brasileiro por colaborar com as investigações.

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Acusações – Na prática, o FBI apenas confirmou as suspeitas de que Del Nero e Teixeira são mesmo os co-conspiradores citados na primeira denúncia, feita em maio. A dupla e José Maria Marin são acusados de dividir propinas pagas pela Traffic, empresa do brasileiro J. Hawilla, um dos principais delatores do escândalo.

Segundo o FBI, Hawilla concordou em pagar propinas anuais de 2 milhões de reais em direitos de transmissões da Copa do Brasil entre 2013 e 2022. De acordo com o documento divulgado nesta quinta, Teixeira, Del Nero e Marin também são acusado do recebimento de propinas pagas pela empresas TyC Sports e Datisa, pelos direitos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa América, respectivamente.

Na manhã desta quinta, o Comitê de Ética da Fifa já havia incluido o nome de Marco Polo Del Nero entre os investigados por corrupção, em procedimentos abertos em 23 de novembro. O cartola renunciou a seu cargo no Comitê Executivo da Fifa em 26 de novembro, sendo substituído pelo vice-presidente da CBF e filho do ex-presidente José Sarney, Fernando Sarney.

Os 16 denunciados pelo FBI nesta quinta:

Alfredo Hawit (presidente da Concacaf)

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Juan Ángel Napout (presidente da Conmebol)

Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF)

Marco Polo Del Nero (presidente da CBF)

Alfredo Ariel Alvarado (membro do Comitê Disciplinar da Fifa)

Rafael Callejas (membro do Comitê de Marketing e Televisão da Fifa)

Brayan Jiménez (presidente da Federação de Futebol da Guatemala),

Rafael Salguero (ex-membro do Comitê Executivo da Fifa e ex-presidente da Federação de Futebol da Guatemala)

Héctor Trujillo (secretário-geral da Federação de Futebol da Guatemala)

Reynaldo Vazquez (ex-presidente da Federação de Futebol de El Salvador)

Manuel Burga (membro do Comitê de Desenvolvimento da Fifa e ex-presidente da Federação de Futebol do Peru)

Carlos Chávez (tesoureiro da Conmebol e ex-presidente da Federação de Futebol da Bolívia)

Luís Chiriboga (presidente da federação de Futebol do Equador)

Eduardo Deluca (ex-secretário-geral da Conmebol)

José Luis Meiszner (secretário-geral da Conmebol)

Romer Osuna (membro do Comitê de Audiência e Conformidade da Fifa e ex-tesoureiro da Conmebol)

(da redação)

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