Daniel Alves reúne companheiros e joga partida de futebol na prisão
Brasileiro está detido no complexo penitenciário de Barcelona e aguarda recurso; informação foi publicada pelo jornal espanhol 'La Vanguardia'
Acusado de estupro e agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em uma boate em Barcelona, Daniel Alves segue em prisão preventiva no Centro Penitenciário de Brians 2, próximo a capital catalã. Neste domingo, 29, o jornal espanhol La Vanguardia revelou que o brasileiro disputou uma partida de futebol dentro do presídio e gerou repercussão dentro e fora do local. O jogador aguarda recurso para avançar o processo e, segundo o mesmo veículo, ele não deseja receber visitas dos pais.
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O brasileiro reuniu companheiros do presídio na última quinta-feira, 26, para uma partida de futebol. A primeira vez que Daniel Alves chutou uma bola desde sua prisão. De acordo com o veículo, funcionários e profissionais do complexo presidiário acompanharam o evento. As autoridades do local precisaram colocar uma tela para impedir que vizinhos acompanhassem o jogo.
Ainda segundo o jornal espanhol, a mãe do brasileiro, Lúcia, chegou em Barcelona durante a última semana e segue hospedada em um hotel de Barcelona sem ver o filho. Daniel Alves não deseja receber visitas dos pais, e principalmente da mãe, por vergonha de estar na prisão.
O lateral entrou em campo pela última vez no dia 8 de janeiro, quando ainda defendia o Pumas, do México, em partida contra o Juárez pelo campeonato local. Após a acusação e prisão preventiva de Daniel Alves, o clube rescindiu contrato com o brasileiro, no dia 20 de janeiro.
O caso
Novas provas sobre o caso Daniel Alves foram reveladas na última terça-feira, 24. A política catalã encontrou sêmen no banheiro em que ele teria cometido a agressão sexual, segundo informações do jornal espanhol El Mundo.
O periódico diz que a polícia catalã recolheu o material no banheiro no dia do crime, logo após a vítima relatar ter visto uma mancha branca no local. A polícia então teria conservado o material.
Ainda segundo o jornal, os resultados dos exames realizados pela vítima seriam insuficientes para comparação e, por isso, o juizado responsável pela investigação pode solicitar a coleta de DNA de Daniel Alves.
Na última segunda-feira, o lateral foi transferido de prisão em Barcelona e, de acordo com informações da rádio Cadena SER, teria pedido para dar novo depoimento à justiça. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro deste ano.
Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.
Na terça-feira, 24, uma outra testemunha disse que foi apalpada por Daniel Alves na mesma boate onde teria acontecido o crime. O jornal La Vanguardia teve acesso a depoimentos de testemunhas à polícia – entre elas, uma amiga da vítima que também estava na boate Sutton, em Barcelona, e diz ter sido tocada pelo jogador sem seu consentimento.
A vítima já avisou que não aceitará qualquer tipo de indenização econômica por parte do jogador e que seu único objetivo é que se faça justiça, segundo fontes ouvidas pelo jornal catalão.
As investigações seguem em andamento e podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).
De acordo com o jornal Mundo Deportivo, o ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.
A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no passado foi condenado de forma definitiva pela justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.