Daniel Alves mentiu para tentar ocultar infidelidade, diz advogado
Lateral brasileiro, que nesta sexta completa uma semana de detenção na Catalunha, teve suas fotos deletadas pela esposa Joana Sanz
Acusado de estupro e agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em uma boate em Barcelona, no último dia 31 de dezembro, Daniel Alves segue em prisão preventiva no Centro Penitenciário de Brians 2, a aproximadamente 40 quilômetros da capital da Catalunha. Nesta sexta-feira, 27, seu advogado, Cristóbal Martell, deu suas primeiras declarações públicas e alegou que seu cliente caiu diversas vezes em contradição, pois pretendia preservar seu casamento com a modelo espanhola Joana Sanz.
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Em breve entrevista à TVE, Martell, prestigiado advogado que já defendeu o Barcelona e Lionel Messi, disse que Daniel mudou de versões “porque estava tentando esconder a sua infidelidade da mulher”. Joana Sanz, que em um primeiro momento chegou a demonstrar apoio ao lateral de 39 anos, apagou as fotos com Daniel Alves de sua conta de Instagram.
A defesa do atleta segue defendendo a tese de que a relação foi consensual e vai pedir à Justiça da Espanha que Daniel Alves possa cumprir a pena em liberdade, com uma pulseira eletrônica (semelhante às tornozeleiras usadas por réus no Brasil), o que eliminaria seu risco de fuga, principal argumento usado para sua prisão preventiva sem direito a fiança.
Detido na última sexta-feira, 20, Alves foi transferido no início da semana do Brians 1, que fica em Sant Esteve Sesrovires, para o Brians 2, penitenciária vizinha considerada mais moderna e maior. A alegação da investigação para a medida é de que o local asseguraria maior segurança ao veterano pelo fato de Brians 2 possuir menos presos por cela.
Ele se encontra no módulo 13 da penitenciária, com outros presos acusados de crimes semelhantes e sem privilégios com relação aos demais detentos. A cela possui cerca de seis metros quadrados.
O caso
Novas provas sobre o caso Daniel Alves foram reveladas na últimaterça-feira, 24. A política catalã encontrou sêmen no banheiro em que ele teria cometido a agressão sexual, segundo informações do jornal espanhol El Mundo.
O periódico diz que a polícia catalã recolheu o material no banheiro no dia do crime, logo após a vítima relatar ter visto uma mancha branca no local. A polícia então teria conservado o material.
Ainda segundo o jornal, os resultados dos exames realizados pela vítima seriam insuficientes para comparação e, por isso, o juizado responsável pela investigação pode solicitar a coleta de DNA de Daniel Alves.
Na última segunda-feira, o lateral foi transferido de prisão em Barcelona e, de acordo com informações da rádio Cadena SER, teria pedido para dar novo depoimento à justiça. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro deste ano.
Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.
Na terça-feira, 24, uma outra testemunha disse que foi apalpada por Daniel Alves na mesma boate onde teria acontecido o crime. O jornal La Vanguardia teve acesso a depoimentos de testemunhas à polícia – entre elas, uma amiga da vítima que também estava na boate Sutton, em Barcelona, e diz ter sido tocada pelo jogador sem seu consentimento.
A vítima já avisou que não aceitará qualquer tipo de indenização econômica por parte do jogador e que seu único objetivo é que se faça justiça, segundo fontes ouvidas pelo jornal catalão.
As investigações seguem em andamento e podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).
De acordo com o jornal Mundo Deportivo, o ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.
A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.