‘Covid Tour’, antivacina e bolada em juíza: 2020 abala imagem de Djokovic
Número 1 do mundo foi desclassificado do US Open nas oitavas de final por ter acertado juíza de linha com uma bolada no rosto
Novak Djokovic, o número 1 do tênis masculino, não conheceu sequer uma derrota em quadra em 2020, mas teve sua imagem abalada nesta temporada por uma sequência de episódios controversos. O último aconteceu neste domingo 6, quando o sérvio foi desclassificado do US Open por ter acertado uma bolada no rosto de uma juíza de linha no primeiro set da partida diante do espanhol Pablo Carreño Busta, válida pelas oitavas de final do Grand Slam de Nova York.
Ao ter seu serviço quebrado por Busta, que vencia por 6 games a 5, Djokovic mandou uma bola para trás com força e acabou acidentalmente acertando a juíza, que caiu no chão, desnorteada. O atleta correu imediatamente para socorrê-la e explicar que não teve intenção, mas não se livrou das normas. A arbitragem decidiu por sua desclassificação e a Associação de Tênis dos Estados Unidos (Usta) anunciou que Djokovic perderá os pontos e prêmios em dinheiro conquistados nesta edição do US Open e ainda ficará sujeito a multas adicionais. O torneio está sendo disputado sem a presença de público, em respeito aos protocolos do coronavírus.
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Djokovic usou suas redes sociais para se desculpar. “Toda essa situação me deixou muito triste e vazio. Fui checar a juíza de linha e a organização do torneio me disse que graças a Deus ela está se sentindo bem. Lamento muito ter causado tanto stress. Tão involuntário. Tão errado. Não estou divulgando o nome dela para respeitar sua privacidade. Quanto à desclassificação, preciso voltar para dentro e trabalhar a minha decepção e fazer disso tudo uma lição para o meu crescimento e evolução como jogador e ser humano. Peço desculpas ao torneio Us Open e a todos os associados pelo meu comportamento. Sou muito grato à minha equipe e família por serem meu apoio, e aos meus fãs por sempre estarem comigo. Obrigado e sinto muito”, escreveu.
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Djokovic, portanto, conheceu sua primeira desclassificação em 2020. Ele tinha 26 vitórias em 26 jogos no ano, um retrospecto perfeito que lhe valeu as conquistas do Australian Open,do ATP de Dubai e do Masters 1000 de Cincinnati. Fora de quadra, no entanto, o jogador de 33 anos, tantas vezes elogiado por sua simpatia, vem colecionando episódios controversos e que abalaram sua imagem.
Em junho, período em que a Europa dava seus primeiros passos para a reabertura da pandemia de coronavírus, Djokovic organizou o Adria Tour, um torneio de exibição de tênis realizado em Belgrado, na Sérvia, e Zadar, na Croácia.
Desrespeitando os protocolos de segurança recomendados pela Organização Mundial da Saúde, o campeonato foi realizado com presença de público e ainda contou com eventos como clínicas com crianças e festas para os tensistas. Resultado: quatro atletas foram contaminados por Covid-19, incluindo o próprio Djokovic, além de membros da organização e familiares dos atletas.
O tenista sérvio ainda foi alvo de críticas por diversas atitudes contrárias à ciência como declarar, em plena pandemia, ser totalmente contra o uso de vacinas, dizer que a Covid-19 poderia ser transmitida por 5G e defender o uso curativo da água.
Por fim, o atleta que ganhou os apelidos de “Djocovid” ou “Novaxxx” (um trocadilho com as palavras “não” e “vacina”, em inglês) preferiu alugar uma casa a permanecer na “bolha” montada para os atletas do US Open e ainda renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Jogadores da ATP e formou uma associação paralela chamada Professional Tennis Players Association (PTPA), decisão contestada por colegas como Roger Federer e Rafael Nadal.