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Covid-19: risco de segunda onda já liga alerta no esporte italiano

Região da Lombardia suspendeu competições amadoras depois de o país registrar mais de 10 000 novos contágios diários; governo estuda novas medidas

O coronavírus voltou a assombrar a Itália. O país registrou na última sexta-feira 16, 10.925 novos contágios em 24 horas, o maior número desde o início do surto na primeira nação fora da Ásia afetada pela pandemia. O recorde fez crescer o temor de uma segunda onda e levou o governo da região da Lombardia, no norte italiano, a tomar novas medidas restritivas que colocam diversos setores, inclusive o esporte, em alerta.

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O governador local, Attilio Fontana, assinou na sexta um decreto que previu, além do fechamento de bares, pubs e restaurantes à meia-noite, a suspensão de todas as competições esportivas regionais e amadoras que tenham contato físico. A medida inclui treinamentos de atletas não profissionais. As regras entraram em vigor neste sábado, 17, e vão até 6 de novembro.

A medida não inclui campeonatos profissionais, o que permitiu a realização neste sábado da maior festa esportiva da Lombardia, o clássico entre Inter de Milão e Milan, vencido pela equipe rubro-negra por 2 a 1, com gols do veterano sueco Zlatan Ibrahimovic. No entanto, ainda que uma nova paralisação dos esportes (como ocorreu entre março e maio) seja uma hipótese improvável neste momento, já se fala em tirar o público dos estádios e ginásios e até organizar uma “bolha” como a da NBA.

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A principal estrela da Série A, o atacante português Cristiano Ronaldo, da Juventus, está entre os vários atletas que foram infectados. A a subsecretária de Saúde, Sandra Zampa, afirmou à agência Ansa que “a bolha é a única forma de evitar que os clubes italianos registrem novos casos do coronavírus”. Desde o início da pandemia, 82 jogadores testaram positivo para o novo coronavírus. A equipe mais afetada foi o Genoa, que registrou 17 casos.

De acordo com o jornal La Gazzetta dello Sport, ministros do país discutem a possibilidade de novo toque de recolher a partir das 22h, o que impossibilitaria a realização de jogos no chamado horário nobre para as transmissões esportivas. Também se fala em fechar novamente as portas aos torcedores (na Série A de futebol, até 1.000 fanáticos estão liberados, desde que respeitem o distanciamento social), o que afetaria especialmente modalidades como vôlei e basquete, que dependem mais de bilheteria.

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O presidente da federação italiana de basquete, Gianni Petrucci, fez um apelo para que a modalidade não seja afetada por novas medidas restritivas. “Não falo só pelo aspecto lúdico, o esporte é um setor econômico e social do país e quem deveria protegê-lo não o faz. Se não pudermos vender ingressos, deveria haver reembolso. Se o futebol correr o risco de quebrar, imaginem os outros esportes”

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O veto ao esporte amador também revoltou Giampaolo Duregon, presidente da Associação Nacional dos Esportes e Academias (Anif, na sigla em italiano), ligada a cerca de 100.000 instalações, incluindo academias, piscinas, campos e ginásios. “Os centros desportivos mostraram que estão na vanguarda da proteção à saúde. O esporte, ao fortalecer nossas defesas imunológicas, é um coadjuvante importante na luta contra a Covid, se realizado com segurança em centros esportivos”, argumenta.

A Lombardia, região que foi o epicentro do coronavírus no mundo a partir de março, não foi a única a adotar medidas para conter a segunda onda. A Campânia, terceira região mais populosa do país, cuja capital é Nápoles, anunciou um toque de recolher e determinou o fechamento de escolas, o que provocou a ira da ministra da Educação, Lucia Azzolina. Já o Piemonte, onde está localizada Turim, fechou todas as atividades comerciais entre meia-noite e 5h.

Pressionado, o governo nacional ainda debaterá a possibilidade de decretar novas regras. Até o momento, o primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, descarta impor um segundo lockdown nacional. O ex-ministro do Interior Matteo Salvini, líder do partido de extrema direita Liga Norte, disse esperar que “ninguém pense em fechar tudo, porque seria um desastre econômico, cultural e social”. “Quem disser que talvez haja um lockdown no Natal, comete um crime contra o povo italiano”, completou.

 

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