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Covid-19: F1 confirma cancelamento dos GPs do Brasil, EUA, Canadá e México

Pela primeira vez desde 1972, país não receberá etapa oficial da Fórmula 1. Nürburgring, Portimão e Imola foram incluídas no novo calendário de 2020

É oficial: a Fórmula 1 não passará pelo Brasil pela primeira vez em quase 50 anos. Nesta sexta-feira, 24, a organização da maior categoria do automobilismo anunciou o cancelamento dos GPs no continente americano (Brasil, EUA, Canadá e México) devido aos índices de contaminação por coronavírus ainda altos na região. A pandemia ainda provocou novas mudanças no calendário: foram confirmadas as inclusões de corridas em Nürburgring, na Alemanha (em 11 de outubro), Portimão, em Portugal (25 de outubro) e Imola, na Itália, (1º de novembro).

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“Queremos agradecer a todos os nossos parceiros novos e existentes e às autoridades nacionais pelo trabalho e esforço realizados nos últimos meses. Embora seja decepcionante não ser possível competir nas Américas este ano, estamos ansiosos para voltar na próxima temporada e sabemos que as corridas em nosso calendário revisado continuarão empolgando nossos fãs e oferecendo novos desafios para as equipes e pilotos.”, informou a F1 em nota.

Com o anúncio desta sexta, a temporada 2020 tem 13 corridas confirmadas (as primeiras três já foram realizadas) e 11 cancelamentos: Austrália, Holanda, Mônaco, França, Canadá, Azerbaijão, Singapura, Japão, Estados Unidos, México e Brasil. As provas de Vietnã, China, Barein e Abu Dhabi ainda não estão confirmadas.

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A entidade segue com o plano de realizar de 15 a 18 corridas até o encerramento da temporada, em dezembro. O planejamento inicial previa 22 corridas. O circuito de Imola, local do acidente fatal de Ayrton Senna em 1994, retorna à Fórmula 1 após 14 anos de ausência e será palco de uma novidade: o primeiro evento realizado em apenas dois dias. Provavelmente haverá apenas um treino livre antes da classificação e da corrida.

Brasil: sequência interrompida e situação indefinida

A exclusão do GP do Brasil, no circuito de Interlagos, em São Paulo, já era esperada. No início do mês, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, deu claros sinais neste sentido, citando o fato de Estados Unidos e Brasil serem os países mais afetados pela pandemia de Covid-19. “Olhando para esses países agora, você não pode imaginar que iríamos para lá. Baseado em minhas conversas com Chase Carey (CEO da Fórmula 1), ele não quer fechar nenhuma porta, mas não parece que iremos para lá. Eles são muito cuidadosos e não iriam lá se isso representasse um risco para nós”, afirmou Wolf, em entrevista à BBC.

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Os motivos também são logístico-financeiros: para valer a pena, as provas do continente americano deveriam render à Fórmula 1 entre 20 e 25 milhões de dólares. Sem a possibilidade de receber público nas corridas, as fontes de receita da categoria cairiam drasticamente. Para piorar, segundo o atual contrato com a Fórmula 1, o GP Brasil não rende um centavo sequer à Liberty, grupo que controla a principal categoria do automobilismo mundial,– não existe um pagamento de “taxa de realização” e toda receita oriunda dos camarotes e arquibancadas ficam com os organizadores do evento paulista.

O Brasil, portanto, deixa o calendário do Mundial de Fórmula 1 depois de 47 anos. A primeira edição do GP do Brasil foi um evento-teste, que não contou pontos para o campeonato em 1972. A partir do ano seguinte, o país sediou provas todos os anos – quase sempre em Interlagos, com exceção aos anos de 1978 e entre 1981 e 1989, quando se mudou para Jacarepaguá, no Rio. Apenas Inglaterra e Itália receberam mais corridas de forma ininterrupta, todas as 70 temporadas desde 1950.

Para piorar a situação dos fãs brasileiros de automobilismo, o futuro da etapa nacional está indefinido, pois o contrato com São Paulo termina em 2020, e as negociações por sua renovação estão travadas. Com apoio do presidente Jair Bolsonaro, o Rio de Janeiro se apresentou como concorrente de Interlagos e interessado a receber o evento, em um novo autódromo cujas obras nem sequer começaram.

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