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Corinthians repudia detenção de torcedor por críticas a Bolsonaro

Rogério Lemes Coelho foi levado por dois policiais militares por ofensas contra o presidente em Itaquera. SSP alega que quis evitar tumulto entre torcedores

Um torcedor corintiano alegou ter sido levado à delegacia da Arena Corinthians por protestar contra o presidente Jair Bolsonaro. Rogério Lemes Coelho ofendeu o político antes do clássico do último domingo 4, entre o time da casa e o Palmeiras, que terminou empatado em 1 a 1, pelo Brasileirão, e foi levado por dois policiais militares para prestar depoimento. Segundo o boletim de ocorrência, a atitude foi “para evitar um tumulto”. Nesta terça-feira, 6, o Corinthians emitiu uma nota de repúdio e considerou o ocorrido um “atentado às liberdades individuais”.

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“O clube historicamente reitera seu compromisso com a democracia e a defesa do direito constitucional de livre manifestação, desde que observados os princípios da civilidade e da não violência. A agremiação lembra que diferentes autoridades, entre elas o presidente do clube, já foram alvo de manifestações da torcida durante os mais variados eventos esportivos realizados no local e o episódio caracteriza-se como um grave atentado às liberdades individuais no Estado Democrático de Direito”, escreveu o clube.

Rogério desabafou sobre o caso em suas redes sociais. Publicou a foto do BO no Instagram com a legenda “Ditadura!!”. No Facebook, deu mais detalhes: postou duas fotos, com hematomas no punho e nos dedos de uma das mãos. Disse que estava xingando Bolsonaro, quando sentiu levou um “mata leão”. “Quando eu caí, me algemaram, me levaram para uma sala e ficaram me humilhando”, explicou.

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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que “a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada”. 

Rodrigo não respondeu às tentativas de entrevista da reportagem. A delegada Monia Olga Neubern Pescarmona assina o boletim de ocorrência e também foi procurada. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública não quis marcar entrevista e se limitou a divulgar uma nota:

“A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública. No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada. A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol.”

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