O gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, falou em nome do clube sobre a revelação das escutas telefônicas de Julio Grondona, ex-presidente da federação argentina, morto em 2014, que apontou o árbitro paraguaio Carlos Amarilla como “maior reforço do Boca Juniors” na classificação sobre o clube paulista nas oitavas de final da Copa Libertadores de 2013. “Estou aqui em nome do presidente Roberto de Andrade. Vamos esperar as investigações e acompanhar muito de perto”, afirmou o dirigente.
Há pouco mais de dois anos, o Boca Juniors eliminou o Corinthians com um empate em 1 a 1 no Pacaembu, em atuação desastrosa de Amarilla – o árbitro não deu um pênalti claro e ainda anulou dois gols do Corinthians. “Para mim, o Amarilla não tinha nem que sair do Pacaembu aquele dia. Todo mundo viu que foi uma coisa absurda. Causou até constrangimento ver o que aconteceu. Mais um motivo para tirar isso a limpo. O que posso falar é que o Corinthians não vai deixar de lado essa situação tão grave”, acrescentou Edu.
Edu, no entanto, não apresentou nada de prático a ser feito pelo clube nos próximos dias. “Temos que aguardar qual vai ser o segundo passo. Esperamos as investigações para que se possa tirar a limpo, porque é uma coisa muito feia e chata. Estávamos em um momento muito legal, sendo apontados como favoritos ao bicampeonato e saímos daquela maneira”.
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As palavras de Grondona nas escutas telefônicas de 2013 também dão a entender que o Santos foi prejudicado pela arbitragem na semifinal da Libertadores de 1964.
Resposta – Carlos Amarilla concedeu entrevista à rádio paraguaia 970AM nesta segunda-feira e negou que tenha prejudicado o Corinthians de forma intencional. “Estou com a consciência tranquila e à disposição para qualquer investigação. Eu sou o mais interessado em que toda história seja esclarecida. Querem sujar meus 18 anos de carreira”, afirmou Amarilla, que acrescentou que pode cometer erros durante uma partida, “assim como os jogadores”.
Nas gravações, Grondona conversa com Abel Gnecco, diretor da Escola de Árbitros da AFA e representante da AFA no Comitê de Arbitragem da Conmebol, que disse que negociou com o paraguaio Carlos Alarcón, chefe da arbitragem da Conmebol, a escalação de Amarilla nesta partida. “Assim foi, a Conmebol colocou (o Amarilla) e deu tudo certo, porque tem que ser assim…”, disse Gnecco. “É melhor eu nem ver esse senhor pela frente, senão não sei o que seria capaz de fazer”, afirmou Amarilla à rádio paraguaia ao falar de Gnecco.