Copinha: os jovens e promissores técnicos de Palmeiras e América-MG
Paulo Victor e Mairon César, de 34 e 36 anos, respectivamente, são destaques à beira do campo na decisão desta quarta-feira, 25
Palmeiras e América-MG vão em busca do bicampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior nesta quarta-feira, 25, às 15h30 (de Brasília), no estádio do Canindé (confira onde assistir). Com dois times invictos e de campanhas destacadas na competição, o confronto colocará frente a frente os jovens e promissores técnicos das equipes: Mairon César, de 36 anos, do Coelho, e Paulo Victor, 34 anos, do Verdão.
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Mairon César, 36 anos
A carreira como treinador principal do sub-20 do América-MG é algo recente e os números não deixam mentir: são oito jogos, oito vitórias, 22 gols marcados e três sofridos. Apesar do pouco tempo de trabalho, os resultados já são históricos, a ponto de recolocar um dos principais times formadores do país na final da Copinha depois de 27 anos.
Mairon é formado em Educação Física e Saúde pela Universidade Federal de Viçosa e tem pós-graduação pela mesma instituição. Após uma rápida passagem pela comissão técnica das categorias sub-8 do Flamengo, em 2016, ele retornou a Minas Gerais para ser professor na Universidade Vale do Rio Verde.
A carreira na sala de aula, porém, foi interrompida precocemente para dar lugar à experiência na beira dos gramados. Em 2019, Mairon foi convidado para ser auxiliar técnico nas bases do Coelho e cada vez mais foi ocupando espaço. Acompanhou de perto a formação de atletas e fez parte da boa campanha do time na Copinha do ano passado, quando a equipe terminou em quarto lugar.
Treinador principal do sub-20 do Coelho desde o início do ano, o jovem técnico ressaltou o “DNA formador” do clube em entrevista coletiva antes da final: “É uma satisfação enorme comandar o sub-20 do América. Sempre falo que as categorias do América são um estilo de vida, existe uma cultura e uma forma de se portar. Fazer parte disso e contribuir é muito importante para mim. É um sentimento de gratidão enorme”.
Também durante a coletiva, Mairon fez questão de chamar atenção para outro assunto crucial dentro e fora das quatro linhas: a representatividade no futebol e o combate ao racismo.
“Não só importante como essencial para que as coisas, a sociedade, evoluam. Não só como treinador, como todo o estafe, que cheguem diretores, que tenham outros cargos de importância no futebol, com negros chegando e ocupando”, disse o treinador mineiro, um dos poucos treinadores negros no futebol nacional.
Paulo Victor, de 34 anos
Responsável por conduzir o Palmeiras à sua primeira conquista da Copinha no ano passado, o treinador espera levantar a taça novamente nesta temporada. O desempenho da equipe é animador: são oito vitórias em oito jogos, 28 gols marcados e apenas três sofridos.
“Eu acho que o clube como um todo vive um momento muito especial e, falando exclusivamente sobre a base, eu acho que traduziria em duas palavras: continuidade e mentalidade. A continuidade dos processos desde 2015, quando o João Paulo chegou e implementou uma metodologia de trabalho, e uma mentalidade muito forte no desenvolvimento de formação dos jogadores”, disse em entrevista coletiva antes da final da Copinha.
PV, como é conhecido no clube, é treinador do sub-20 da equipe desde agosto de 2021 e já conquistou, além da Copinha de 2022, o Brasileirão e a Copa do Brasil da categoria. Mas a história com o Palmeiras é bem mais antiga.
Paulo Victor foi volante durante as categorias de base do XV de Jaú, mas largou os campos para cursar educação física. Depois, fez pós-graduação e os cursos da CBF Academy. Antes de chegar ao Palmeiras pela primeira vez, em 2015, trabalhou em uma escola de Barra Bonita, cidade do interior paulista, e na base do Novorizontino, onde atuou como chefe de formação.
Em 2017, chamou a atenção da CBF e foi convidado a ser treinador da categoria sub-15 e posteriormente, sub-17. Com a seleção brasileira de base, foi campeão do Sul-Americano sub-15, em 2019, e ainda fez parte da comissão técnica no ciclo olímpico, que levou a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio.
Mais maduro tecnicamente e com nova bagagem, PV retornou ao Palmeiras em 2021, e desde então tem participado ativamente do processo de formação dos jogadores e ascensão deles à equipe principal.
“Nosso trabalho na categoria sub-20 é esse, o primeiro trabalho é ascender jogadores para a equipe principal. Esse é o principal objetivo do clube dentro da formação. Participar de grandes jogos engrandece muito o nível de formação dos jogadores. Quanto mais jogos de alto nível, quanto mais exigência esses jogadores forem submetidos, melhor eles serão, e naturalmente chegarão mais prontos na equipe principal”, completou o treinador.