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Comitê Paralímpico prepara campanha para vender mais ingressos

A decisão foi tomada por causa da baixa procura – só cerca de 10% foram comprados até agora.

Faltando seis meses para a Paralimpíada, entre 7 e 18 de setembro, o Comitê Paralímpico Internacional estuda meios de incrementar a fraquíssima venda de ingressos: dos 3,3 milhões disponíveis, apenas 350 mil foram comercializados. “Estamos preocupados”, confirma o presidente do comitê, o inglês Philip Craven. Medalhista paralímpico, ex-atleta de basquete em cadeira de rodas, natação e atletismo, Craven, 65 anos, falou a Veja.com sobre suas expectativas para os jogos, em entrevista de seu escritório em Bonn, na Alemanha:

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O que está sendo feito para aumentar a venda de ingressos? Discutimos a questão nas últimas semanas com diretores e organizadores dos jogos. Vamos fazer uma ampla campanha em televisão, cinema e redes sociais reforçando a mensagem de que teremos os melhores atletas de todos os tempos em disputas altamente competitivas, que valem a pena ser vistas de perto. Entendo que é uma época difícil no Brasil, Uma pesquisa que encomendamos mostrou que, na região metropolitana do Rio de Janeiro, 51% dos interessados achavam os ingressos caros. Mas o fato é que, do total, 2 milhões custam apenas de 10 reais, o que acho bem acessível.

A tecnologia contribui para a alta qualidade dos atletas atuais? De fato, as próteses e os equipamentos estão mais sofisticados, mas na verdade seu papel é secundário. O que melhorou o desempenho nos últimos anos foi o investimento maciço em treinamento. Por causa disso, principalmente, os jogos de 2016 vão ser muito mais competitivos. Tanto que serão exibidos para mais de 120 países, um número sem precedentes.

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Na sua opinião, os atletas brasileiros têm boas chances? Acho muito provável que o Brasil fique entre os cinco primeiros em número de medalhas. O desenvolvimento dos atletas daqui têm sido espetacular – o país passou do 14º lugar em 2004 para o 7º em 2012. Outras delegações também devem surpreender. Acredito que campeões tradicionais, como China e Estados Unidos, terão mais dificuldade para permanecer no topo.

Acessibilidade e segurança são problemas sérios no Rio de Janeiro. Até que ponto isso pode prejudicar os Jogos Paralímpicos? Em relação à segurança, estou tranquilo. Minha experiência pessoal, nos Jogos Parapan Americanos de 2007, foi excelente nesta área, pois tudo correu bem, e acredito que o aprendizado será útil agora. Quando à acessibilidade, sou realista: a maioria das cidades fica a dever. Um dos legados mais importantes das Paralimpíadas é a maior conscientização da necessidade de acesso para todos. Se um local funciona bem para quem usa cadeira de rodas, funcionará bem para todo mundo.

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